Desinflação contribui para Selic menor, diz Moody's
Na visão da Moody's, as forças desinflacionárias da economia brasileira continuam fortes
Estadão Conteúdo
Publicado em 27 de julho de 2017 às 11h17.
São Paulo - A agência de classificação de risco Moody's avaliou hoje que a política monetária do Brasil continua acomodatícia e em linha com suas expectativas, como foi evidenciado ontem pela decisão do Copom de reduzir a taxa Selic em um ponto porcentual, para 9,25%. O corte de ontem foi o sétimo consecutivo desde outubro do ano passado e deixou a Selic no menor nível em quatro anos.
Segundo a Moody's, a Selic deverá continuar caindo até o fim do primeiro semestre de 2018 e encerrar o ciclo de relaxamento monetário em torno de 7,5% a 8%.
Na visão da Moody's, as forças desinflacionárias da economia brasileira continuam fortes e têm prevalecido sobre outros fatores, como pressões de desvalorização cambial, apesar de preocupações de que a política acomodatícia pudesse ser interrompida ou desacelerar significativamente em meio à crise política que afeta o presidente Michel Temer desde maio.
"O rápido declínio da inflação tem resultado no aumento das taxas de juros reais, o que sustenta o processo de desinflação e ancora as expectativas de inflação, mas pesa nos novos investimentos", disse a Moody's. "No entanto, taxas nominais mais baixas irão contribuir para a estabilização da economia e uma eventual recuperação, por mais fraca que seja."
A recuperação atual, em meio à queda dos juros, é um fator positivo para os ratings do Brasil e de entidades tomadoras de crédito do País, ressaltou a Moody's.
Além disso, a Moody's prevê que a redução da Selic ajudará a reduzir o custo da dívida federal, garantindo algum alívio para "a fraca posição fiscal" do Brasil.