Economia

Desembolso do BNDES para energia elétrica será de R$15 bi em 2018

Valor é maior do que a expectativa do banco no início do ano e um pouco maior do que os R$13,4 bilhões de 2017

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social vai fechar o ano com desembolso de R$15 bilhões para o setor elétrico (Ricardo Moraes/Reuters)

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social vai fechar o ano com desembolso de R$15 bilhões para o setor elétrico (Ricardo Moraes/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de agosto de 2018 às 14h27.

Última atualização em 9 de agosto de 2018 às 14h27.

Rio - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai fechar o ano com desembolso de R$ 15 bilhões para o setor elétrico, informou nesta quinta-feira, 9,a superintendente da área de energia do banco, Carla Primavera. O valor é maior do que a expectativa do banco no início do ano e um pouco maior do que os R$ 13,4 bilhões de 2017.

Segundo a executiva, a carteira total do setor elétrico do banco é da ordem de R$ 150 bilhões, sendo R$ 30 bilhões referentes a projetos eólicos. Dos 13 gigawatts atualmente instalados em energia eólica no País, 12 gigawatts foram financiados pelo BNDES, informou durante debate na nona edição do Brazil Windpower 2018.

Normalmente destinados a investidores que participam dos leilões do governo para venda no mercado regulado de energia, os recursos do BNDES agora também estão disponíveis para projetos nos mercados livres e spot, observou Carla Primavera, uma tendência diante do recuo da demanda das distribuidoras devido à recessão econômica.

"Podemos oferecer financiamento que seja combinado com o ambiente livre e regulado", explicou a executiva, que prevê que no próximo leilão de compra de energia para 2024 (A-6) essa alternativa será utilizada. O prazo do financiamento no mercado livre giram em torno de quatro a 10 anos.

Ela disse que o banco está preparado para financiar até 100% da venda de energia no mercado livre, mas que os próprios agentes ainda preferem ter um pedaço da energia adquirida no mercado cativo - que tem conexão com linhas de transmissão garantida e outras proteções regulatórias - e outra no mercado livre para aproveitar preços mais realistas.

"Depende desse amadurecimento desses investidores. No último leilão (A-4) isso já aconteceu", disse a jornalistas após o debate. Ela informou que as condições de financiamento para o leilão previsto para 31 de agosto serão as mesmas do leilão do primeiro semestre.

No leilão realizado pelo governo no início do ano (A-4) a EDF vendeu energia barata no mercado cativo e deixou parte do projeto para venda no mercado livre.

De acordo com a executiva, a tendência daqui para frente é que o mercado regulado tenha uma participação menor na carteira do projeto que será construído do que o mercado livre ou spot. "Todos os nossos clientes nos procuraram para o próximo leilão, eles costumam fechar antes os contratos nos mercados livre ou spot e depois procuram o banco", disse Primavera.

Acompanhe tudo sobre:BNDESEnergia elétrica

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto