Democratas dizem que orçamento é devastador para classe média
A líder democrata na Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, apontou que o país não pode depender só de sua força militar
EFE
Publicado em 16 de março de 2017 às 16h32.
Washington - O líder da minoria democrata do Senado dos Estados Unidos, Chuck Schumer, afirmou nesta quinta-feira que os cortes propostos pelo presidente Donald Trump em sua minuta orçamentária "são devastadores para a classe média" e provam as verdadeiras intenções de seu governo de favorecer aos mais ricos.
"Os cortes propostos no orçamento do presidente são devastadores para a classe média. Mais uma vez a Administração de Trump demonstra quem são; falam como populistas, mas governam como fanáticos dos interesses especiais", declarou o senador após a divulgação dos detalhes da proposta orçamentária.
"Este orçamento tira a carga dos endinheirados e dos interesses especiais e a coloca sobre a classe média e sobre aqueles que estão lutando para alcançá-la", acrescentou Schumer.
O senador democrata ressaltou que são os programas de ajuda a esse setor da sociedade os que sofreriam mais cortes sob a proposta de Trump: investimentos em infraestruturas, educação ou pesquisa científica para a cura de doenças.
"Os democratas no Congresso nos oporemos enfaticamente a estes cortes e urgimos a nossos colegas republicanos a repeli-los também", destacou.
"O presidente Trump não está deixando ninguém mais seguro com um orçamento que vacila nossa economia e põe em perigo às famílias trabalhadoras. Lançar bilhões em defesa enquanto saqueia os investimentos dos Estados Unidos em empregos, educação, energia limpa e pesquisa médica salvadora deixará a nossa nação debilitada", completou.
Na mesma linha, a líder democrata na Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, apontou que o país não pode depender só de sua força militar, e ressaltou a importância de manter os fundos em diplomacia e saúde, dois dos àmbitos onde Trump mais pretende aguçar os cortes orçamentários.
"Este orçamento devastaria a inovação que impulsiona nossa economia, a pesquisa que cura nossas doenças, a educação que dá poder a nossas crianças e os programas de capacitação de habilidades que permitem a nossos trabalhadores conseguir trabalhos bem remunerados da economia moderna", acrescentou a congressista.
A proposta de Trump não encontrou negativas apenas entre os democratas, uma vez que o influente senador republicano John McCain apressou-se a advertir ao presidente que sua proposta não será aprovada pelo Senado.
"Está claro que este orçamento proposto hoje não pode passar ao Senado", disse o presidente do Comitê de Serviços Armados em comunicado.
No entanto, a negativa de McCain tem mais a ver com os fundos militares, que, em sua opinião, são baixos.
Os legisladores têm até o dia 28 de abril para aprovar a legislação que financia o governo e evitar assim um fechamento parcial do mesmo.
A proposta orçamentária, revelada hoje, aplica enormes cortes no Departamento de Estado (28%), na Agência de Proteção Ambiental (31%), no Departamento de Saúde (23%) e no de Trabalho (21%).
Estes cortes permitam elevar, por outro lado, o financiamento em Defesa, que sobe 10%; em Segurança Nacional, com um incremento de 6%; e na dotação do Departamento de Assuntos de Veteranos, que também aumenta 10%.
A proposta de despesa discricionária de Trump ascende a um total de US$ 1,15 trilhão, e espera-se que em maio ofereça um orçamento completo, que inclua seu plano fiscal e de reforma de programas sanitários e de seguridade social.