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Crises e tensões marcaram cenário mundial em 2012

Também tiveram destaque as disputas eleitorais intensas em nações como os Estados Unidos e a França, além de uma série de ocorrências na América Latina

Um morador segura um colar de oração próximo a prédios danificados: desde março de 2011, a Síria vive sob um clima de guerra em decorrência da disputa política (Karm Seif/Shaam News Network/Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 31 de dezembro de 2012 às 11h25.

Brasília – O cenário político internacional em 2012 foi dominado pela crise econômica internacional, que se acentuou nos países da zona do euro (17 nações que adotam a moeda única), pelo agravamento dos conflitos na Síria, que duram 21 meses, e pela Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20 . Também tiveram destaque as disputas eleitorais intensas em nações como os Estados Unidos e a França, além de uma série de ocorrências na América Latina, como a integração da Venezuela ao Mercosul e a suspensão do Paraguai do bloco.

O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, em entrevistas concedidas nos últimos dias, destacou ainda o reconhecimento da Palestina como Estado observador da Organização das Nações Unidas (ONU) e a frustração das negociações em busca de um acordo entre palestinos e israelenses. “Infelizmente há uma paralisia no processo”, ressaltou ele. “Existe a necessidade de se repensar os mecanismos de gestão de paz”, disse.

A seguir, os principais temas que ocuparam as discussões no cenário internacional em 2012:

Crise econômica internacional

A presidenta Dilma Rousseff, nas discussões no exterior, destacou a necessidade de se buscar mercados alternativos na tentativa de amenizar os efeitos da crise. Segundo ela, é fundamental associar ações de austeridade a medidas de crescimento econômico e inclusão social. A busca pela manutenção de financiamentos externos e apoio levou vários países, como a Grécia e a Espanha, a implementar medidas de austeridade criticadas pela sociedade civil. Protestos violentos nas ruas de várias cidades europeias se tornaram frequentes ao longo do ano.


Agravamento dos conflitos na Síria

Desde março de 2011, a Síria vive sob um clima de guerra em decorrência da disputa política que envolve o governo do presidente sírio, Bashar Al Assad, e oposição. De acordo com organizações não governamentais, mais de 40 mil pessoas morreram, inclusive crianças e mulheres. Há denúncias de torturas, prisões irregulares e assassinatos. A Síria é alvo de várias sanções da comunidade internacional. Paralelamente, a Liga Árabe (que reúne 22 nações) tenta encontrar uma solução para a crise.

Rio+20

Por nove dias, em junho, o mundo se voltou para o Rio de Janeiro durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. Chefes de Estado e de Governo, negociadores e representantes da sociedade civil de mais de 190 países se reuniram para fechar o documento final, contendo 49 páginas, denominado O Futuro que Queremos. Ao final da conferência, foram incluídos aspectos que tentam garantir o desenvolvimento sustentável com erradicação da pobreza. No entando, movimentos sociais e alguns líderes estrangeiros condenaram a falta de ousadia do texto.


Venezuela integrada ao Mercosul

Em julho, a Venezuela foi oficialmente integrada ao Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, que está momentaneamente suspenso). As negociações levaram seis anos até a inclusão do país no bloco, pois os parlamentos do Brasil e do Paraguai resistiam à adesão. Em Brasília, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, comemorou. Recentemente, ele foi submetido a uma cirurgia para a retirada de um tumor maligno, na região pélvica, e seu estado de saúde é considerado delicado, o que provoca incertezas na política da Venezuela. Reeleito para o cargo, o presidente tem a posse marcada para o dia 10. Mas a data pode ser alterada devido ao seu estado de saúde.

Colômbia e as negociações com as Farc

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, itensificou as negociações para um acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que atuam no país há cerca de meio século. Uma comissão especial foi organizada para conduzir os diálogos. Segundo Santos, as negociações devem ser concluídas no final de 2013. Autoridades de Cuba, da Noruega, do Chile e da Venezuela fazem a mediação. A presidenta Dilma Rousseff também ofereceu apoio e o Brasil deve colaborar com a experiência na área desenvolvimento agrário.


Crise no Paraguai

Em 22 de junho, o então presidente paraguaio, Fernando Lugo, foi destituído do poder após aprovação do impeachment pela Câmara e pelo Senado. A iniciativa foi considerada o rompimento da ordem democrática no país, de acordo com os líderes políticos sul-americanos, que aprovaram a suspensão temporária do Paraguai do Mercosul e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul). Sob a presidência de Federico Franco, o país tenta ser reintegrado aos dois grupos. Em abril, há eleições presidenciais no Paraguai. Lugo sinalizou que concorrerá ao Senado, mas ainda não confirmou.

Palestina

A Palestina foi reconhecida como Estado observador da Organização das Nações Unidas (ONU). Para especialistas, a medida é um avanço e colabora para que futuramente seja intensificado o debate sobre a criação de um Estado autônomo e independente. Porém, a decisão ocorre em um momento de acirramento entre palestinos e israelenses, pois o governo de Israel ampliou a construção de assentamentos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental – áreas reivindicadas pelos palestinos. O governo do Brasil condenou a construção dos assentamentos.

Transição Eleitoral

Em 2012, houve eleições nos Estados Unidos, na França, na Rússia e na China, além do México, da Venezuela e da República Dominicana. Nos Estados Unidos, o presidente Barack Obama foi reeleito em uma disputa apertada com o republicano Mitt Romney. Na França, o socialista François Hollande venceu o então presidente Nicolas Sarkozy. Na Rússia, Vladimir Putin retomou ao poder pela terceira vez. Na China, os líderes mais antigos dão lugar aos mais jovens.

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Brasília – O cenário político internacional em 2012 foi dominado pela crise econômica internacional, que se acentuou nos países da zona do euro (17 nações que adotam a moeda única), pelo agravamento dos conflitos na Síria, que duram 21 meses, e pela Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20 . Também tiveram destaque as disputas eleitorais intensas em nações como os Estados Unidos e a França, além de uma série de ocorrências na América Latina, como a integração da Venezuela ao Mercosul e a suspensão do Paraguai do bloco.

O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, em entrevistas concedidas nos últimos dias, destacou ainda o reconhecimento da Palestina como Estado observador da Organização das Nações Unidas (ONU) e a frustração das negociações em busca de um acordo entre palestinos e israelenses. “Infelizmente há uma paralisia no processo”, ressaltou ele. “Existe a necessidade de se repensar os mecanismos de gestão de paz”, disse.

A seguir, os principais temas que ocuparam as discussões no cenário internacional em 2012:

Crise econômica internacional

A presidenta Dilma Rousseff, nas discussões no exterior, destacou a necessidade de se buscar mercados alternativos na tentativa de amenizar os efeitos da crise. Segundo ela, é fundamental associar ações de austeridade a medidas de crescimento econômico e inclusão social. A busca pela manutenção de financiamentos externos e apoio levou vários países, como a Grécia e a Espanha, a implementar medidas de austeridade criticadas pela sociedade civil. Protestos violentos nas ruas de várias cidades europeias se tornaram frequentes ao longo do ano.


Agravamento dos conflitos na Síria

Desde março de 2011, a Síria vive sob um clima de guerra em decorrência da disputa política que envolve o governo do presidente sírio, Bashar Al Assad, e oposição. De acordo com organizações não governamentais, mais de 40 mil pessoas morreram, inclusive crianças e mulheres. Há denúncias de torturas, prisões irregulares e assassinatos. A Síria é alvo de várias sanções da comunidade internacional. Paralelamente, a Liga Árabe (que reúne 22 nações) tenta encontrar uma solução para a crise.

Rio+20

Por nove dias, em junho, o mundo se voltou para o Rio de Janeiro durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. Chefes de Estado e de Governo, negociadores e representantes da sociedade civil de mais de 190 países se reuniram para fechar o documento final, contendo 49 páginas, denominado O Futuro que Queremos. Ao final da conferência, foram incluídos aspectos que tentam garantir o desenvolvimento sustentável com erradicação da pobreza. No entando, movimentos sociais e alguns líderes estrangeiros condenaram a falta de ousadia do texto.


Venezuela integrada ao Mercosul

Em julho, a Venezuela foi oficialmente integrada ao Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, que está momentaneamente suspenso). As negociações levaram seis anos até a inclusão do país no bloco, pois os parlamentos do Brasil e do Paraguai resistiam à adesão. Em Brasília, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, comemorou. Recentemente, ele foi submetido a uma cirurgia para a retirada de um tumor maligno, na região pélvica, e seu estado de saúde é considerado delicado, o que provoca incertezas na política da Venezuela. Reeleito para o cargo, o presidente tem a posse marcada para o dia 10. Mas a data pode ser alterada devido ao seu estado de saúde.

Colômbia e as negociações com as Farc

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, itensificou as negociações para um acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que atuam no país há cerca de meio século. Uma comissão especial foi organizada para conduzir os diálogos. Segundo Santos, as negociações devem ser concluídas no final de 2013. Autoridades de Cuba, da Noruega, do Chile e da Venezuela fazem a mediação. A presidenta Dilma Rousseff também ofereceu apoio e o Brasil deve colaborar com a experiência na área desenvolvimento agrário.


Crise no Paraguai

Em 22 de junho, o então presidente paraguaio, Fernando Lugo, foi destituído do poder após aprovação do impeachment pela Câmara e pelo Senado. A iniciativa foi considerada o rompimento da ordem democrática no país, de acordo com os líderes políticos sul-americanos, que aprovaram a suspensão temporária do Paraguai do Mercosul e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul). Sob a presidência de Federico Franco, o país tenta ser reintegrado aos dois grupos. Em abril, há eleições presidenciais no Paraguai. Lugo sinalizou que concorrerá ao Senado, mas ainda não confirmou.

Palestina

A Palestina foi reconhecida como Estado observador da Organização das Nações Unidas (ONU). Para especialistas, a medida é um avanço e colabora para que futuramente seja intensificado o debate sobre a criação de um Estado autônomo e independente. Porém, a decisão ocorre em um momento de acirramento entre palestinos e israelenses, pois o governo de Israel ampliou a construção de assentamentos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental – áreas reivindicadas pelos palestinos. O governo do Brasil condenou a construção dos assentamentos.

Transição Eleitoral

Em 2012, houve eleições nos Estados Unidos, na França, na Rússia e na China, além do México, da Venezuela e da República Dominicana. Nos Estados Unidos, o presidente Barack Obama foi reeleito em uma disputa apertada com o republicano Mitt Romney. Na França, o socialista François Hollande venceu o então presidente Nicolas Sarkozy. Na Rússia, Vladimir Putin retomou ao poder pela terceira vez. Na China, os líderes mais antigos dão lugar aos mais jovens.

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