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Crise no abastecimento pode impactar investimentos, diz CNC

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo indica que a chance de racionamento pode afetar a atividade econômica, inclusive o comércio

Energia: CNC alerta para a necessidade de o governo agir para evitar o pior (.)
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Da Redação

Publicado em 5 de fevereiro de 2015 às 14h35.

Avaliação feita hoje (5) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) indica que a possibilidade de racionamento poderá afetar a atividade econômica em geral, inclusive o comércio, por isso mesmo alerta para a necessidade de o governo agir para evitar o pior.

Para o ex-ministro da Fazenda e consultor econômico da CNC, Ernane Galvêas, o intenso calor e a falta de chuvas estão antecipando “uma visão de calamidade em relação ao fornecimento de água e de energia elétrica no Sudeste brasileiro, especialmente nas regiões da grande São Paulo e do Rio de Janeiro.

Para Galvêas, a crise no abastecimento pode ter reflexos em investimentos essenciais à retomada do avanço da economia no país. “O consumo per capita de energia elétrica vem subindo aceleradamente desde a crise de 2011, de 1.642 quilowatts-hora (kWh) para 2.461 kWh em 2015 e a crise hídrica na região do Rio Paraíba do Sul está 25% pior do que a maior seca histórica”, avalia.

Segundo ele, a insegurança quanto ao suprimento de energia pode atrasar a retomada dos investimentos no segundo semestre. Com isso, reduz-se a arrecadação de tributos federais e ficam prejudicados os efeitos da política de ajuste fiscal do Ministério da Fazenda. “A tendência é termos no Sudeste um ciclo de estresse hídrico (falta de chuvas) igual ao do Nordeste". Para o consultor, o país caminha para a possibilidade de racionamento de energia.

Também para o economista-chefe da CNC, Carlos Thadeu de Freitas, há a necessidade de uma ação rápida do governo para solucionar o problema. Para ele, a redução do consumo de energia precisa ser estimulada. O economista defendeu “algum tipo de incentivo” para a compra de geradores por parte dos grandes varejistas e shoppings.

Já para o presidente do Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade da entidade (Cetur), Alexandre Sampaio, o setor é um dos mais atingidos pela crise hídrica. “A crise energética afeta de maneira brutal a rentabilidade dos hotéis e restaurantes brasileiros”, diz, ressaltando: “Em plena temporada e com altas temperaturas na maior parte dos destinos turísticos, o custo do consumo de energia elétrica eleva o custo operacional, prejudicando o planejamento orçamentário para este ano, que já não tem boas perspectivas".

A CNC informou que os setores que congrega respondem por um quarto do PIB do país.  a CNC representa 2,2 milhões de empresas do comércio de bens, serviços e turismo, gerando aproximadamente 16 milhões de empregos diretos e formais.

São Paulo* – As condições climáticas levaram a consultoria PSR a elevar a probabilidade de ocorrência de um racionamento de energia no Brasil de 6,0% em janeiro para 17,5% em fevereiro, segundo relatório do Morgan Stanley Research. Os setores mais vulneráveis a aumentos de preços são os de aço (a eletricidade representou 31,3% do ebitda deles em 2013), industrial (11,9%) e bebidas e alimentos (8,8%). O banco afirma que, em um cenário de racionamento, a maior parte dos papéis de sua cobertura deve ser afetado negativamente. O Morgan Stanley indica quais seriam os papéis mais afetados.   *Matéria atualizada no dia 21 de fevereiro, às 14:04 horas, após contato de uma das empresas e envio do relatório corrigido pelo Morgan Stanley. A alteração retirou as ações de Hypermarcas e JBS da lista e acrescentou o papel da Vale.
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