Se entrarem em acordo, republicanos e democratas podem interromper os cortes orçamentários (Alex Wong/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 28 de fevereiro de 2013 às 23h43.
Washington - Na véspera da ativação de amplos cortes orçamentários, a Casa Branca e republicanos culparam um ao outro nesta quinta-feira por serem incapazes de evitar uma crise fiscal que, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), pode desacelerar as economias norte-americana e mundial.
Na falta de um altamente improvável acordo de último minuto, cortes de 85 bilhões de dólares abrangendo várias agências do governo federal entram em vigor na sexta-feira.
Embora democratas e republicanos discordem sobre a severidade do impacto sobre serviços públicos, como controle de tráfego aéreo e aplicação da lei, o FMI disse que a recuperação econômica provavelmente será prejudicada pelos cortes automáticos de despesas.
"Vamos ver o que acontece na sexta-feira, mas todo mundo está assumindo que os cortes vão ter efeito", disse o porta-voz do FMI, William Murray. "O que isto significa é que nós vamos ter que reavaliar nossas previsões de crescimento para os Estados Unidos e outras previsões", acrescentou.
O fardo dos cortes automáticos será distribuído ao longo de sete meses e o Congresso pode interrompê-los a qualquer momento se ambos os partidos entrarem em acordo sobre como fazê-lo.
Isso torna difícil dizer como as medidas afetarão os norte-americanos comuns. O governo do presidente Barack Obama alerta que navios da Marinha podem ser desocupados e crianças podem perder vacinas se os cortes não forem impedidos.
O FMI provavelmente reduzirá sua projeção de crescimento econômico dos EUA em 2013 de 2 por cento para 1,5 por cento se os cortes forem integralmente implementados.
Transformados em lei em 2011 como parte de uma solução bipartidária para uma emergência fiscal anterior, os cortes são rejeitados por ambos os partidos em razão de seus impactos econômicos.
Poucos acreditavam, há dois anos, que os cortes seriam ativados mas, incapazes de chegarem a um acordo sobre qualquer outra maneira de reduzir o déficit orçamentário, líderes políticos estão acusando uns aos outros agora que as reduções de despesas parecem inevitáveis.
"São os cortes do presidente. Foi sua equipe que insistiu neles", disse o presidente da Câmara dos EUA, o republicano John Boehner.
O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, disse que a recusa de republicanos em chegar a um compromisso para eliminar brechas tributárias que afetam os mais ricos é um dos motivos por que os cortes podem ser inevitáveis.
"Compromisso representa disposição de aceitar medidas que não são 100 por cento o que você quer. O presidente fez isso repetidamente. Infelizmente, republicanos não parecem dispostos a fazê-lo quando se trata dos cortes de gastos, então os cortes devem acontecer", disse Carney a jornalistas.