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Copom eleva Selic para 6,25% ao ano

Foi o quinto aumento seguido da taxa de juros desde março, em um cenário de alta inflação, economia fraca e crise hídrica

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Sede do Banco Central do Brasil, em Brasília (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Sede do Banco Central do Brasil, em Brasília (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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Alessandra Azevedo, de Brasília

Publicado em 22 de setembro de 2021 às, 18h39.

Última atualização em 22 de setembro de 2021 às, 18h42.

Para tentar conter o avanço da inflação, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou nesta quarta-feira, 22, um novo aumento de um ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic: de 5,25% para 6,25% ao ano. Essa é a quinta alta consecutiva na taxa de juros e está dentro das expectativas do mercado. 

O aumento de um ponto percentual já era esperado. Na reunião anterior do Copom, em agosto, a autoridade monetária sinalizou um “outro ajuste de mesma magnitude” nesta semana. O comitê argumentou que o cenário básico e o balanço de riscos indicam ser apropriado um “ciclo de elevação da taxa de juros para um patamar acima do neutro”. 

O patamar neutro da Selic, que não estimula nem restringe a atividade econômica, é considerado algo em torno de 6,5% pelo mercado. Adotar um patamar acima do neutro tem como objetivo diminuir o ritmo de crescimento da economia, enquanto ficar abaixo do patamar neutro é uma forma de estimular o aquecimento da economia. 

A mudança no tom é vista como necessária para conter a inflação, que segue crescendo. O índice oficial de inflação do país, medido pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acumula altas de 5,67% entre janeiro e agosto e de 9,68% nos últimos 12 meses terminados em agosto.  

Depois da divulgação do IPCA de agosto, o mercado passou a projetar uma alta maior do que um ponto percentual na Selic, algo entre 1,25 e 1,50. Mas fala do presidente do BC, Roberto Campos Neto, na semana passada, voltou a colocar as expectativas em torno de um ponto percentual. Ele disse que não mudaria o plano da política monetária.

“Vamos levar a Selic aonde precisar, mas não vamos reagir sempre a dados de alta frequência”, disse Campos Neto, durante participação no evento MacroDay 2021, do BTG Pactual. 

A expectativa é de novas altas na Selic até o fim do ano. O mercado já avalia que a taxa básica de juros pode terminar 2021 em 8,25%, de acordo com o último Boletim Focus. No começo do ano, a previsão era de que estaria em 3% no fim deste ano. A inflação deve fechar o ano a 8,35%, bem acima da meta do BC, de 3,75%.  

No comunicado, o Copom afirma que, "no atual estágio do ciclo de elevação de juros, esse ritmo de ajuste é o mais adequado para garantir a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante e, simultaneamente, permitir que o Comitê obtenha mais informações sobre o estado da economia e o grau de persistência dos choques".

"Neste momento, o cenário básico e o balanço de riscos do Copom indicam ser apropriado que o ciclo de aperto monetário avance no território contracionista", diz o comitê, antecipando que, para a próxima reunião, "antevê outro ajuste da mesma magnitude".

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