Economia

Copom aumenta juros para 13,25%

Já esperada pelo mercado, quarta alta seguida de meio ponto percentual leva taxa de juros para o maior patamar desde 2009

Prédio do Banco Central em Brasília: autonomia formal está em debate (Gregg Newton/Bloomberg)

Prédio do Banco Central em Brasília: autonomia formal está em debate (Gregg Newton/Bloomberg)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 29 de abril de 2015 às 19h49.

São Paulo - O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) anunciou hoje um aumento de meio ponto percentual, de 12,75% para 13,25%, na taxa básica de juros da economia, a Selic.

A decisão veio dentro do esperado pela maior parte dos economistas e instituições financeiras, de acordo com o último Boletim Focus e outros relatórios. 

É o quinto aumento seguido da Selic, o quarto de meio ponto. A última vez que a taxa chegou a este patamar foi entre setembro de 2008 e janeiro de 2009, antes de sofrer cortes motivados pelos efeitos recessivos da crise internacional (veja o histórico).

A ata será divulgada na próxima quinta-feira, 07 de maio, e o próximo encontro está marcado para os dias 02 e 03 de junho.

Cenário 

A inflação no Brasil medida pelo IPCA foi para 1,32% em março, levando o acumulado de 12 meses para 8,13% - o mais elevado desde dezembro de 2003.

2015 também já tem a maior taxa acumulada para um primeiro trimestre (3,83%) desde 2003, quando ficou em 5,13% no mesmo período.

A última projeção do Boletim Focus é que a inflação chegue a 8,25% no final deste ano, estourando de longe o teto da meta definida pelo governo. 

O Focus também prevê que a Selic vá subir mais 0,25 ponto percentual em junho e ficar parada até sofrer um corte em novembro, terminando o ano em 13,25%, o patamar atual.

Quando o Copom aumenta os juros, encarece o crédito e estimula a poupança, o que faz com que a demanda seja contida e faça menos pressão sobre a atividade e os preços. Cortar os juros causa o efeito contrário. 

Na maior parte do mundo industrializado, o cenário é bem diferente, com juros próximos de zero e risco até de queda de preços. 

(Rodrigo Sanches/EXAME.com)

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