Economia

Consumo de máquinas e equipamentos despenca em junho

O consumo de máquinas e equipamentos em junho caiu 9,8% sobre o mesmo período do ano passado, para 10,7 bilhões de reais


	Máquinas agrícolas: queda contribuiu para que a primeira metade do ano tivesse uma queda de 4,5% no consumo aparente de máquinas e equipamentos
 (Paulo Fridman/Bloomberg)

Máquinas agrícolas: queda contribuiu para que a primeira metade do ano tivesse uma queda de 4,5% no consumo aparente de máquinas e equipamentos (Paulo Fridman/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 29 de julho de 2015 às 19h35.

São Paulo - O consumo de máquinas e equipamentos no Brasil em junho caiu 9,8 por cento sobre o mesmo período do ano passado, para 10,7 bilhões de reais, pressionado por um cenário de retração e incerteza econômica que tem retardado investimentos industriais, segundo dados divulgados nesta quarta-feira pela associação que representa os fabricantes, a Abimaq.

A queda contribuiu para que a primeira metade do ano tivesse uma queda de 4,5 por cento no consumo aparente de máquinas e equipamentos, a 67,77 bilhões de reais, pressionada em parte por um recuo de 17,8 por cento nas importações do período.

"A incerteza política combinada com a política econômica recessiva têm inviabilizado qualquer decisão de investimento no país", afirmou a Abimaq em comunicado à imprensa.

"A depreciação do real nos últimos dias é causada por instabilidades políticas e não há garantia de que se transforme em vantagem competitiva" para fomentar as exportações do setor industrial, afirmou a entidade.

Pelos dados da Abimaq, as exportações de máquinas e equipamentos despencaram 17,4 por cento no primeiro semestre sobre o mesmo período do ano passado, apesar do cenário cambial mais favorável às vendas externas. Considerando junho apenas, as exportações caíram 0,4 por cento.

Com a queda no consumo aparente e nas exportações, a receita do setor caiu 6,5 por cento no primeiro semestre sobre um ano antes, para 44,1 bilhões de reais, e recuou 13,5 por cento em junho na comparação anual, para 7,1 bilhões de reais.

O presidente da entidade, Carlos Pastoriza, defendeu uma desvalorização mais intensa do real contra o dólar e afirmou que a taxa de câmbio deveria ser de cinco reais por dólar, levando em consideração o acumulado da inflação brasileira e descontando a norte-americana.

Pastoriza também criticou a possível elevação da taxa de juros Selic, que deve ser divulgada ainda nesta quarta-feira após a reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central. Segundo ele, no atual cenário, a alta dos juros "significa mais um duro golpe e uma verdadeira catástrofe para o já combalido setor produtivo, justamente em um momento que o país necessita de mais e não menos investimentos".

Levantamento da Reuters com economistas estima que o Copom deverá elevar os juros do país em 0,5 ponto percentual, para 14,25 por cento, em meio a preocupações com a situação fiscal e inflacionária do país.

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