Repórter
Publicado em 19 de dezembro de 2025 às 17h04.
Última atualização em 19 de dezembro de 2025 às 17h23.
Após a Comissão Mista Orçamentária, o Congresso Nacional aprovou o Orçamento de 2026, em votação simbólica, nesta sexta-feira, 19, com reserva de R$ 61 bilhões para emendas parlamentares e previsão de superávit de R$ 34,5 bilhões nas contas do governo no próximo ano.
O texto reúne as projeções financeiras para o próximo ano, seguindo as diretrizes do arcabouço fiscal, e inclui as medidas de arrecadação que já foram aprovadas pela Câmara e pelo Senado.
Com a decisão dos parlamentares, o texto será encaminhado para análise do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A votação aconteceu após o Congresso reduzir diversas despesas obrigatórias, como benefícios previdenciários e as bolsas do programa Pé-de-Meia, para aumentar em R$ 11,5 bilhões as emendas parlamentares no Orçamento de 2026, um ano eleitoral.
No setor da Previdência, a redução líquida foi de cerca de R$ 6,3 bilhões, fazendo com que os gastos com benefícios caíssem de R$ 1,071 trilhão para R$ 1,065 trilhão.
Para viabilizar o aumento das emendas parlamentares, o Congresso:
A votação do Orçamento foi concluída após um atraso, pela aprovação de medidas de arrecadação essenciais para fechar as contas de 2026. O relatório final incluiu mudanças como a tributação de apostas (bets), fintechs e a taxação do juro sobre capital próprio (JCP).
A maior parte dos cortes foi direcionada ao aumento das emendas parlamentares, que são uma parte do orçamento cuja destinação é determinada pelos parlamentares. Para 2026, o total de R$ 61,1 bilhões em emendas será distribuído neste esquema:
O aumento de R$ 11,5 bilhões em emendas serão direcionados a emendas de bancada e de comissão em despesas ministeriais, sob o controle do governo, embora não seja uma obrigação executá-los, sendo utilizados principalmente em negociações políticas.
O relatório também levou em conta a decisão do Supremo Tribunal Federal que estabeleceu limites ao crescimento das emendas. A interpretação é que o Orçamento pode ser aprovado com os valores propostos, cabendo ao governo ajustar os gastos à meta fiscal, se necessário, durante a execução.
Na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026, governo e Congresso definiram um calendário para o pagamento das emendas, estipulando que mais da metade será paga no primeiro semestre.
O Orçamento aprovado prevê um superávit de R$ 34,5 bilhões, ligeiramente acima da meta de R$ 34,3 bilhões. Para atingir esse valor, o texto inclui medidas de arrecadação, como a tributação de apostas, fintechs e JCP, além do corte de incentivos fiscais e o aumento do Imposto de Importação, que ainda precisa ser implementado.
De acordo com as regras do arcabouço fiscal, existe uma margem de 0,25 ponto percentual em relação à meta central, o que significa que a meta será considerada cumprida mesmo que o governo termine o ano com um saldo zero.
Além disso, o governo confirmou que o salário mínimo de 2026 será de R$ 1.621, uma diferença de R$ 10 em relação à estimativa original. O fundo eleitoral terá uma despesa extra de cerca de R$ 5 bilhões.
Os principais gastos programados incluem:
(Com informações das agências Câmara e O Globo)