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Colômbia, oposto do Brasil: economia em alta, crime em baixa

Queda da violência ajudou a Colômbia a crescer 5% por ano com inflação abaixo de 3%. O país vive um momento muito melhor que o do Brasil. Mas isso não quer dizer que reelegerá o presidente

Ônibus Transmilênio em Bogotá, na Colômbia: cidade é reconhecida pela inovação no transporte (Pedro Felipe/Wikimedia Commons)

João Pedro Caleiro

Publicado em 21 de maio de 2014 às 13h58.

São Paulo – Os argentinos que se cuidem: a economia da Colômbia cresce tão rapidamente que está prestes a se tornar a terceira maior da América Latina.

De acordo com o FMI , o PIB colombiano é hoje de US$ 387 bilhões e pode ultrapassar os US$ 404 bilhões dos vizinhos portenhos já no ano que vem, ficando atrás só do México e do Brasil.

Entre 2000 e 2010, a economia colombiana cresceu a uma média de 4,1% por ano – taxa que acelerou para 5% nos últimos 3 anos.

A inflação foi controlada e fechou o acumulado dos últimos 12 meses em 2,72%, uma das taxas mais baixas da história do país.

Enquanto isso, o desemprego flutua em torno de 9,7% - apesar de alto, é o melhor número em uma década.

É este o país que vai às urnas no próximo domingo, mas a melhora econômica não tem sido suficiente para garantir a reeleição do atual presidente Juan Manuel Santos, que deve ir para o segundo turno em situação de empate técnico com o oposicionista Óscar Ivan Zuluaga.

O principal ponto de divergências é a negociação do processo de paz com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Zuluaga critica a possibilidade de que ex-guerrilheiros ganhem anistia e até participem da política. Santos diz que essa é uma parte necessária do processo para a guerrilha abandonar de vez o crime.

Cenário

A campanha ficou suja recentemente, mas o fato de que detalhes do acordo de paz sejam a principal divergência mostra o quão longe foi a Colômbia nos últimos anos.

A queda nos homicídios e a retomada de territórios mudaram a imagem e as condições do país, que ficou mais atraente tanto para os turistas quanto para os investidores.

Entre 2000 e 2013, o número de visitantes estrangeiros que chegam no país triplicou de 600 mil para 1,8 milhão por ano. O investimento estrangeiro direto anual no país, que era de meros US$ 1,7 bilhão há uma década, já passam dos US$ 13 bilhões anuais desde 2011.

Vários acordos de livre comércio foram celebrados, incluindo com os Estados Unidos , seu principal parceiro comercial.

Tecnologia

O governo também ajudou melhorando o ambiente de negócios. Créditos fiscais generosos estimularam um boom de startups e um programa de infraestrutura digital fez as conexões à internet praticamente triplicarem no espaço de dois anos e meio.

Até o domínio .co saiu ganhando: similar ao .com, ele conseguiu registrar 1,6 milhão de sites em menos de 4 anos.

No ano passado, Medellín bateu Nova York e Tel Aviv e foi escolhida como a cidade mais inovadora do mundo pelo Urban Land Institute. Reconhecida por suas gestão inovadora do transporte público, Bogotá entrou no top 10 das "Cidades Globais Emergentes" do A.T. Kearney.

O país ainda depende demais do petróleo (responsável por praticamente metade das suas exportações) e está longe de resolver dois problemas bem conhecidos dos latino-americanos: a pobreza caiu mas segue afetando um em cada três colombianos, e a distribuição de renda ficou praticamente inalterada (como uma das piores do mundo).

Ainda assim, a Colômbia nunca esteve tão preparada para o futuro - seja quem for o vencedor no domingo.

São Paulo - Os colombianos irão às urnas nesse fim de semana para decidir pelo próximo presidente do país. O atual, Juan Manuel Santos, quer um segundo mandato. O seu opositor é Óscar Ivan Zuluaga, apoiado pelo ex-presidente Álvaro Uribe. Santos é o favorito, mas não deve conseguir evitar um segundo turno. A Colômbia tem crescido rapidamente na economia e pode até ultrapassar a Argentina como segunda maior economia do continente - atrás, claro, do Brasil. Mas os colombianos, apesar dos anos prósperos, ainda convivem com muita pobreza e violência - o maior exemplo é a guerra contra o narcotráfico e as Farc. Veja a seguir 10 fatos sobre a Colômbia para entender o panorama que cerca candidatos e eleitores nessas eleições:
  • 2. 2. Crianças

    2 /11(John Coletti/Corbis/Latinstock)

  • Veja também

    Mortalidade infantil: 15 mortes por 1.000 nascimentos (107º no mundo) Trabalho infantil: 9% das crianças entre 5 e 14 anos (988 mil crianças)
  • 3. 3. Trabalho

    3 /11(REUTERS)

  • Desemprego entre 15 e 14 anos: 21,9% Desemprego geral: 9,7%
  • 4. 4. Economia

    4 /11(Alfredo Estrella/AFP)

    PIB: 526,5 bilhões de dólares (29º no mundo) Crescimento anual (2013): 4,2% Renda per capita: 11.100 dólares (110º no mundo)
  • 5. 5. Pobreza

    5 /11(Luis Acosta/AFP)

    Pessoas abaixo da linha da pobreza: 32,7%
  • 6. 6. Violência

    6 /11(Jaime Saldarriaga/Reuters)

    Status: 10º país mais violento do mundo Número de homicídios (2012): 14.670 casos Taxa de homicídios (2011): 33,6/100 mil habitantes
  • 7. 7. Cidades mais violentas

    7 /11(Eitan Abramovich/AFP)

    Entre as 30 mais violentas:
    4º - Cali - 83.20 por 100.000 habitantes 11º - Palmira - 60.86 por 100.000 habitantes
  • 8. 8. Igualdade de gênero

    8 /11(Getty Images/Getty Images)

    91º do mundo, entre 186 países, segundo a ONU
  • 9. 9. Liberdade de imprensa

    9 /11(Luis Acosta/AFP)

    Mortes: 45 jornalistas mortos em serviço entre 1994 e 2014 - 51% deles estavam investigando casos de corrupção - 91% foram assassinados: 37% mortos por paramilitares e milícias; e 20% por pessoas do governo colombiano
  • 10. 10. Otimismo

    10 /11(Pedro Felipe/Wikimedia Commons)

    2º país mais otimista do mundo Nível de felicidade: 86% - Acredita que 2014 será melhor que 2013: 57% - Acredita que 2014 será um bom ano para a economia: 35% (Segundo pesquisa do Worldwide Independent Network of Market Research)
  • 11. Agora veja outras eleições importantes

    11 /11(Ueslei Marcelino/Reuters)

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