Economia

Comissão especial da Câmara inicia debate sobre reforma da Previdência

Com diversas mudanças em relação à proposta original do governo, texto do relator prevê uma economia de R$ 913,4 bi em dez anos

Comissão especial da reforma da Previdência (arquivo): todos os parlamentares inscritos terão direito à fala, o que deve estender a discussão por diversas sessões (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Comissão especial da reforma da Previdência (arquivo): todos os parlamentares inscritos terão direito à fala, o que deve estender a discussão por diversas sessões (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

R

Reuters

Publicado em 18 de junho de 2019 às 09h42.

Última atualização em 18 de junho de 2019 às 10h33.

Brasília - A comissão especial da Câmara que analisa a reforma da Previdência iniciou nesta terça-feira a discussão da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) sobre o tema, uma das etapas a serem cumpridas antes da votação da matéria no colegiado.

A fase de discussão, que deve se estender ao longo de terça e quarta e possivelmente seguir na segunda-feira da próxima semana, tem 155 oradores inscritos (91 contra e 64 a favor), entre membros e não membros da comissão, afora os líderes.

Acordo firmado entre a oposição, representantes do governo e o presidente da comissão, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), prevê que todos os inscritos terão direito a discurso e não haverá qualquer iniciativa do governo para encerrar essa etapa da tramitação da PEC. A oposição, de sua parte, se comprometeu a não obstruir os trabalhos nesta fase.

Ramos disse esperar um “clima tranquilo” no início das discussões e afirmou que a reunião do colegiado na terça-feira deve se manter “pelo menos até às 21h”.

Para a votação, no entanto, será necessário firmar novo acordo de procedimentos e ainda não há nada definido. Nem mesmo a data de início da deliberação está sacramentada, já que parte do acordo assumido por Ramos diz respeito à não definição de uma data exata para a votação da proposta.

A expectativa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), é de que a proposta seja votada na comissão até o dia 26.

O parecer da PEC foi apresentado à comissão na última quinta-feira pelo relator da proposta, Samuel Moreira (PSDB-SP).

O texto, que foi criticado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, exclui da PEC temas polêmicos como as alterações no Benefício de Prestação Continuada (BPC) e na aposentadoria rural e também reverte a desconstitucionalização de alguns temas, além de ter deixado fora da proposta o regime de capitalização e a extensão das novas regras para Estados e municípios.

Depois de passar pela comissão especial, a PEC ainda terá de ser analisada pelo plenário da Câmara e necessitará, para ser aprovada, do voto favorável de ao menos 308 deputados, de 513, em dois turnos de votação.

Capitalização

Na manhã desta terça-feira, 18, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o governo "prossegue" caso a proposta do regime de capitalização fique de fora do texto final da reforma, e ponderou ainda que um eventual retorno da medida pode acontecer por iniciativa parlamentar.

"Gostaríamos que tudo que propusemos fosse acolhido, mas sabemos que a Câmara tem legitimidade para alterar. Se não for acolhido, o governo prossegue", disse a jornalistas antes da reunião do Conselho do governo.

Questionado se o governo vai tentar retomar a capitalização, o presidente destacou que o próprio Congresso pode propor que o regime volte ao texto da proposta que muda as regras da aposentadoria no Brasil. "As vezes nem o governo, as próprias bancadas, líder partidário pode propor uma emenda e destacá-la", respondeu.

Além da capitalização, o parecer do relator da Comissão Especial da Câmara, Samuel Moreira, retirou do texto alterações como as previstas para o Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a idosos e deficientes de baixa renda, e na aposentadoria rural.

(Com informações de Estadão Conteúdo)

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosGoverno BolsonaroReforma da Previdência

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto