Economia

Comércio foi responsável por novos postos de trabalho

O setor de serviços - que costuma ter bom desempenho – registrou queda de mil vagas


	Cliente compra nas Lojas Americanas: no último mês, houve pequena elevação no número de postos de trabalho - com 35 mil novas vagas
 (Alexandre Battibugli/EXAME.com)

Cliente compra nas Lojas Americanas: no último mês, houve pequena elevação no número de postos de trabalho - com 35 mil novas vagas (Alexandre Battibugli/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 26 de setembro de 2012 às 13h18.

São Paulo – O nível de emprego no mês de agosto foi sustentado exclusivamente pelos setores de comércio e reparação de veículos, aponta levantamento divulgado hoje (26) pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade). O estudo mostra que todos os demais segmentos tiveram diminuição de postos de trabalho de julho a agosto. Apenas no comércio houve criação de 88 mil vagas.

O setor de serviços - que costuma ter bom desempenho – registrou queda de mil vagas. A indústria de transformação, por sua vez, teve redução de 3 mil postos e a construção civil diminuiu em 58 mil o número de ocupados. “O segmento que mais se retraiu foi o da construção civil. O setor está em um momento de inflexão do mercado. Muitos estímulos geram uma formação de estoque”, analisou a economista Lúcia dos Santos Garcia, coordenadora da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED).

Ela avaliou ainda o cenário na indústria de transformação. “Este setor vive um momento de impasse. Ainda vamos observar a mudança de desempenho em função dos estímulos para o setor. No entanto, ainda exerce grande peso o cenário internacional desfavorável. Existem condições gerais que ainda afligem o setor”, explicou.

Em relação ao rendimento médio real dos ocupados (nas seis regiões metropolitanas pesquisadas e no Distrito Federal), houve crescimento de 0,5%, passando de R$ 1.509 para R$ 1.546. Os acréscimos foram registrados no Recife com alta de 1,4%, passando para R$ 1.111; em São Paulo (1%, chegando a R$ 1.682) e em Salvador, 0,7% de crescimento, R$ 1.039.

As quedas ocorreram no Distrito Federal (-1,6%, R$ 2.166), em Fortaleza (-0,7%, R$ 995), em Porto Alegre (-0,3%, R$ 1.546) e em Belo Horizonte (-0,1%, R$ 1.359).


Em termos gerais, após quatro meses consecutivos de estabilidade da taxa de desemprego, o indicador cresceu no mês de agosto. A PED mostrou que a taxa passou de 10,7%, em julho, para 11,1%, em agosto, nas regiões metropolitanas e no Distrito Federal.

“Isso tem relação com a ascensão da PEA [população economicamente ativa] que se manteve estável em anos anteriores, mas que vem ganhando força. Vem elevando-se ao longo do ano de 2012. A PEA pode estar crescendo por uma expectativa positiva em relação ao mercado de trabalho brasileiro”, analisa a economista.

No último mês, houve pequena elevação no número de postos de trabalho - com 35 mil novas vagas - mas que não foram suficientes para absorver as 135 mil pessoas que passaram a ser contabilizadas como população economicamente ativa.

Assim como o Dieese e a Fundação Seade, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga levantamento mensal sobre o desemprego no país. No entanto, as taxas apresentadas nas duas pesquisas costumam ser diferentes devido aos conceitos e metodologia usados.

Entre as diferenças está o conjunto de regiões pesquisadas. A PED, feita pelo Dieese e pela Fundação Seade, não engloba o número de desempregados da região metropolitana do Rio de Janeiro. Na Pesquisa Mensal de Emprego (PME), do IBGE, não está incluída as regiões de Fortaleza e do Distrito Federal.

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