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Comércio entre Brasil e EUA atinge a pior marca dos últimos 11 anos

Pandemia e queda do preço internacional do petróleo influenciam resultado. Para Câmara Americana de Comércio, 2021 será um ano de reconstrução da relação bilateral

Presidente Jair Bolsonaro: assessora do presidente Joe Biden reforçou que a questão ambiental será prioridade para o novo governo (Adriano Machado/Reuters)
AO

Agência O Globo

Publicado em 21 de janeiro de 2021 às 15h12.

O intercâmbio comercial entre Brasil e Estados Unidos em 2020 registrou a pior marca em 11 anos. O fluxo de comércio, que é a soma de exportações com importações, de US$ 45,6 bilhões, caiu 23,8% em relação a 2019 e foi o menor resultado deste a crise financeira de 2009. Os dados são do Monitor de Comércio Brasil-EUA, divulgados nesta quinta-feira pela Amcham (Câmara Americana de Comércio).

Os efeitos negativos provocados pela pandemia de covid-19 e a queda do preço internacional do petróleo foram os fatores que mais contribuíram para a contração das trocas bilaterais no ano passado. Tanto as exportações quanto as importações sofreram grande impacto em 2020.

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As vendas brasileiras para os EUA, que somaram US$ 21,5 bilhões, caíram 27,8% em um ano. Já as compras de produtos americanos, de US$ 24,1 bilhões, tiveram uma queda de 19,8% ante 2019. O Brasil teve um déficit de US$ 2,6 bilhões com aquele país.

Para o vice-presidente da Amcham, Abrão Neto, o ano de 2021, com Joe Biden à frente da presidência americana, será de reconstrução da relação bilateral e de recuperação dos fluxos de comércio e investimentos.

Apesar da queda no intercâmbio bilateral no ano passado, o desempenho foi melhor do que em 2009, quando as trocas encolheram 55%.

— O principal desafio será demonstrar que os interesses do Brasil e dos EUA são convergentes e que os dois países terão mais êxito em alcançá-los se trabalharem em conjunto, em particular na área ambiental — afirmou.

Ele destacou que o comércio entre Brasil e EUA é formado, sobretudo, por produtos de maior valor agregado. Os industrializados foram os mais afetados pela crise mundial.

Com o avanço da vacinação e a retomada mais forte das atividades econômicas nos EUA, a Amcham acredita que as exportações brasileiras para os americanos devem ser impulsionadas ao longo de 2021.

As projeções de órgãos internacionais também apontam para um ano mais próspero para a economia: segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), a economia americana deve crescer 3,1% neste ano. Para o comércio internacional, a Organização Mundial do Comércio (OMC) estima um crescimento de 7,2% para 2021.

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