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Comércio cresce no Brasil em 2009, apesar da crise mundial

Segundo pesquisa do IBGE, o número de empresas do ramo subiu 4,6% de 2008 para 2009

Especialista afirma que a expansão foi estimulada pela manutenção do aquecimento da demanda interna apesar da crise (Germano Lüders/EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 28 de junho de 2011 às 10h44.

Rio de Janeiro - O número de empresas comerciais estabelecidas no Brasil, estimado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), subiu 4,6% de 2008 para 2009, passando de 1,402 milhão de empresas formais para 1,466 milhão. Essas empresas tinham 1,57 milhão de unidades locais com receita de revenda, que podem ser chamadas de filiais, e geraram receita operacional líquida no valor de R$ 1,6 trilhão. Os dados são da Pesquisa Anual do Comércio (PAC) 2009, divulgada hoje (29) pelo instituto.

Embora o percentual de crescimento tenha sido menor do que o registrado em 2008 em relação a 2007 (+7,83%), a expansão observada foi estimulada pela demanda interna, explicou à Agência Brasil o pesquisador do IBGE, Luiz Andrés Paixão. Para ele, a crise financeira internacional, que atingiu seu auge em 2009, não afetou tanto o Brasil quanto as economias norte-americana e europeia.

“O Brasil teve várias medidas tomadas pelo governo para diminuir o impacto da crise e manter a demanda interna aquecida. Com isso, o comércio continuou mantendo resultados positivos, apesar da conjuntura macroeconômica adversa”, lembrou.

Segundo o pesquisador, a sondagem evidencia que não houve uma mudança estrutural muito grande do comércio de um ano para o outro. O comércio varejista, representado por 1,2 milhão de empresas formais, seguiu liderando em termos de emprego, com 6,459 milhões de pessoas ocupadas, de um universo de 8,8 milhões. Luiz Andrés Paixão informou, porém, que embora o total de salários pagos pelo comércio de varejo tenha atingido R$ 58,9 bilhões em 2009, contra R$ 25,3 bilhões no comércio por atacado, a remuneração média foi apenas 1,5 salário mínimo, enquanto no comércio atacadista (158,7 mil empresas), a média salarial foi 2,8 mínimos.

O comércio atacadista liderou também em receita operacional líquida (R$ 677,8 bilhões), o que equivaleu a 43% da receita comercial total. “São empresas que atuam em grande escala e revendem mercadorias para outras empresas. Por isso, conseguem gerar uma receita maior”. No comércio varejista, a receita operacional líquida somou R$ 661,1 bilhões. Essa divisão do comércio apresentou também o maior retorno, em termos de margem de comercialização (52,2%), contra 36,7% do comércio atacadista.

Vendas de combustíveis e produtos alimentícios, bebidas e fumo são os setores que se destacaram em 2009 no comércio atacadista. No comércio varejista, o setor de combustíveis e lubrificantes também tem forte presença, acompanhado de hipermercados e supermercados. “Isso mostra a importância que os combustíveis têm na economia. É uma atividade muito importante para o comércio”.

A terceira divisão do comércio analisada pelo IBGE é o segmento de veículos automotores, peças e motocicletas, que envolveu 143,5 mil empresas em 2009, totalizando receita operacional líquida de R$ 238,5 bilhões. O segmento respondeu por 855,5 mil pessoas ocupadas e pelo pagamento de R$ 10,9 bilhões em salários.

Por regiões, a pesquisa mostra que o comércio continua predominando no Sudeste. A região concentrou naquele ano 52,2% da receita gerada pela atividade comercial, enquanto na ponta contrária, a Região Norte aparece com apenas 3,6% da receita total. “Tem muito a ver com a distribuição da população dentro do país e com a atividade econômica como um todo”, observou Paixão.

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Embora o percentual de crescimento tenha sido menor do que o registrado em 2008 em relação a 2007 (+7,83%), a expansão observada foi estimulada pela demanda interna, explicou à Agência Brasil o pesquisador do IBGE, Luiz Andrés Paixão. Para ele, a crise financeira internacional, que atingiu seu auge em 2009, não afetou tanto o Brasil quanto as economias norte-americana e europeia.

“O Brasil teve várias medidas tomadas pelo governo para diminuir o impacto da crise e manter a demanda interna aquecida. Com isso, o comércio continuou mantendo resultados positivos, apesar da conjuntura macroeconômica adversa”, lembrou.

Segundo o pesquisador, a sondagem evidencia que não houve uma mudança estrutural muito grande do comércio de um ano para o outro. O comércio varejista, representado por 1,2 milhão de empresas formais, seguiu liderando em termos de emprego, com 6,459 milhões de pessoas ocupadas, de um universo de 8,8 milhões. Luiz Andrés Paixão informou, porém, que embora o total de salários pagos pelo comércio de varejo tenha atingido R$ 58,9 bilhões em 2009, contra R$ 25,3 bilhões no comércio por atacado, a remuneração média foi apenas 1,5 salário mínimo, enquanto no comércio atacadista (158,7 mil empresas), a média salarial foi 2,8 mínimos.

O comércio atacadista liderou também em receita operacional líquida (R$ 677,8 bilhões), o que equivaleu a 43% da receita comercial total. “São empresas que atuam em grande escala e revendem mercadorias para outras empresas. Por isso, conseguem gerar uma receita maior”. No comércio varejista, a receita operacional líquida somou R$ 661,1 bilhões. Essa divisão do comércio apresentou também o maior retorno, em termos de margem de comercialização (52,2%), contra 36,7% do comércio atacadista.

Vendas de combustíveis e produtos alimentícios, bebidas e fumo são os setores que se destacaram em 2009 no comércio atacadista. No comércio varejista, o setor de combustíveis e lubrificantes também tem forte presença, acompanhado de hipermercados e supermercados. “Isso mostra a importância que os combustíveis têm na economia. É uma atividade muito importante para o comércio”.

A terceira divisão do comércio analisada pelo IBGE é o segmento de veículos automotores, peças e motocicletas, que envolveu 143,5 mil empresas em 2009, totalizando receita operacional líquida de R$ 238,5 bilhões. O segmento respondeu por 855,5 mil pessoas ocupadas e pelo pagamento de R$ 10,9 bilhões em salários.

Por regiões, a pesquisa mostra que o comércio continua predominando no Sudeste. A região concentrou naquele ano 52,2% da receita gerada pela atividade comercial, enquanto na ponta contrária, a Região Norte aparece com apenas 3,6% da receita total. “Tem muito a ver com a distribuição da população dentro do país e com a atividade econômica como um todo”, observou Paixão.

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