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Comentários do setor produtivo sobre o resultado do PIB

O vice-presidente da Ford, o presidente da sociedade rural brasileira, o presidente da Abimaq e outros membros da indústria comentam o desempenho da economia brasileira

Indústria: "O investimento não anda no Brasil porque o país é extremamente caro", afirmou o presidente da Abimaq (REUTERS/Stringer)
DR

Da Redação

Publicado em 1 de março de 2013 às 16h52.

São Paulo - A economia brasileira cresceu 0,6 por cento no quarto trimestre do ano passado na comparação com o terceiro trimestre, acumulando em 2012 expansão de 0,9 por cento, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.

Veja abaixo comentários de executivos e de representantes do setor produtivo sobre o resultado:

ROGELIO GOLFARB, VICE-PRESIDENTE DA FORD AMÉRICA DO SUL

"Os números de 2012 não surpreendem muito, estávamos trabalhando com crescimento marginal da economia. Os veículos apareceram do lado positivo da equação, mas por força dos estímulos pesados concedidos (pelo governo). A redução da Selic ainda não chegou totalmente aos financiamentos de automóveis e obviamente a questão da competitividade brasileira ainda é um tema que não será resolvido no curto prazo. Temos custos de maneira geral altos, apesar da redução das tarifas de energia ter virado realidade.

Estamos vivendo um cenário melhor para 2013, mas ainda precisamos esperar mais para saber a magnitude desse crescimento (do PIB). A chance de termos um ano melhor é muito grande."

CESÁRIO RAMALHO, PRESIDENTE, SOCIEDADE RURAL BRASILEIRA:

"A pecuária vai de marcha ré mesmo. Está desestimulada, sem investimentos. A concentração de frigoríficos desestimula os investimentos dos pecuaristas. O produtor está com preços muito defasados. Você tem que ser muito eficiente para conseguir qualquer rentabilidade. Estamos abatendo 42 por cento de matrizes, o que significa uma redução de plantel.

Tivemos uma seca espetacular no centro-sul brasileiro (com quebra de produção nas lavouras). O Rio Grande do Sul perdeu 50 por cento de sua safra de grãos e isso com certeza tem um impacto significativo. A cana vem pedalando devagar.

O milho foi uma extraordinária surpresa... Houve uma grande crescimento na produção e nos tornamos em 2012 um grande exportador."


LUIZ AUBERT NETO, PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS (ABIMAQ)

"O investimento não anda no Brasil porque o país é extremamente caro. Como pode uma país com quase pleno emprego e arrecadação tributária batendo recorde não crescer? Tem algo de errado. E isso ocorre porque o crescimento do mercado interno está sendo totalmente suprido pelos importados.

O Brasil vive um tripé do mal: câmbio, juros e tributos. Enquanto não resolver isso, o investimento não vai crescer. Há quase 20 anos a taxa de formação bruta de capital fixo não passa de 19 por cento e o principal problema é o câmbio mesmo, que torna o país caro.

Para 2013, estimamos uma melhora (no PIB), mas a formação de capital não vai chegar aos 25 por cento do PIB que o governo quer, sem mexer com o tripé do mal."

BRITALDO SOARES, PRESIDENTE DA AES ELETROPAULO:

"Nosso mercado total (de energia) cresceu 1 por cento. Se olhar a região econômica da área de concessão da Eletropaulo, ela cresceu aliada com o PIB.

Para 2013 com um todo, nosso planejamento original era crescimento do PIB de 4,1 a 4,2 por cento, só que essa era uma visão de setembro de 2012. A partir daí, observando o que foi se passando, a nossa expectativa hoje é um pouquinho acima de 3 por cento. E isso agente acompanha mensalmente.

Em janeiro, na área da Eletropaulo, a gente teve um crescimento de 2 por cento em relação a janeiro do ano passado... Mas ainda temos que aguardar, por exemplo, qual a influência que a redução da tarifa de energia vai ter daqui pra frente."


HUMBERTO BARBATO, PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA ELÉTRICA E ELETRÔNICA (ABINEE):

"O PIB da indústria eletroeletrônica no ano passado caiu em 5 por cento. Então esse resultado do PIB brasileiro vem confirmar as nossas expectativas em relação ao ano passado. O faturamento até cresceu, mas é um acréscimo que incorpora produto importado.

Quando comparamos janeiro de 2013 (em relação a janeiro de 2012), já vemos um desempenho bem melhor. O que posso dizer nesse instante é que das empresas que fizemos a sondagem, 56 por cento informaram que as vendas e as encomendas de janeiro foram bem maiores que as vendas de janeiro de 2012.

A perspectiva de aumento do faturamento da indústria eletroeletrônica para 2013 é de 8 por cento. Se o câmbio não se valorizar, provavelmente haverá crescimento da atividade industrial girando em torno de 4 por cento."

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São Paulo - A economia brasileira cresceu 0,6 por cento no quarto trimestre do ano passado na comparação com o terceiro trimestre, acumulando em 2012 expansão de 0,9 por cento, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.

Veja abaixo comentários de executivos e de representantes do setor produtivo sobre o resultado:

ROGELIO GOLFARB, VICE-PRESIDENTE DA FORD AMÉRICA DO SUL

"Os números de 2012 não surpreendem muito, estávamos trabalhando com crescimento marginal da economia. Os veículos apareceram do lado positivo da equação, mas por força dos estímulos pesados concedidos (pelo governo). A redução da Selic ainda não chegou totalmente aos financiamentos de automóveis e obviamente a questão da competitividade brasileira ainda é um tema que não será resolvido no curto prazo. Temos custos de maneira geral altos, apesar da redução das tarifas de energia ter virado realidade.

Estamos vivendo um cenário melhor para 2013, mas ainda precisamos esperar mais para saber a magnitude desse crescimento (do PIB). A chance de termos um ano melhor é muito grande."

CESÁRIO RAMALHO, PRESIDENTE, SOCIEDADE RURAL BRASILEIRA:

"A pecuária vai de marcha ré mesmo. Está desestimulada, sem investimentos. A concentração de frigoríficos desestimula os investimentos dos pecuaristas. O produtor está com preços muito defasados. Você tem que ser muito eficiente para conseguir qualquer rentabilidade. Estamos abatendo 42 por cento de matrizes, o que significa uma redução de plantel.

Tivemos uma seca espetacular no centro-sul brasileiro (com quebra de produção nas lavouras). O Rio Grande do Sul perdeu 50 por cento de sua safra de grãos e isso com certeza tem um impacto significativo. A cana vem pedalando devagar.

O milho foi uma extraordinária surpresa... Houve uma grande crescimento na produção e nos tornamos em 2012 um grande exportador."


LUIZ AUBERT NETO, PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS (ABIMAQ)

"O investimento não anda no Brasil porque o país é extremamente caro. Como pode uma país com quase pleno emprego e arrecadação tributária batendo recorde não crescer? Tem algo de errado. E isso ocorre porque o crescimento do mercado interno está sendo totalmente suprido pelos importados.

O Brasil vive um tripé do mal: câmbio, juros e tributos. Enquanto não resolver isso, o investimento não vai crescer. Há quase 20 anos a taxa de formação bruta de capital fixo não passa de 19 por cento e o principal problema é o câmbio mesmo, que torna o país caro.

Para 2013, estimamos uma melhora (no PIB), mas a formação de capital não vai chegar aos 25 por cento do PIB que o governo quer, sem mexer com o tripé do mal."

BRITALDO SOARES, PRESIDENTE DA AES ELETROPAULO:

"Nosso mercado total (de energia) cresceu 1 por cento. Se olhar a região econômica da área de concessão da Eletropaulo, ela cresceu aliada com o PIB.

Para 2013 com um todo, nosso planejamento original era crescimento do PIB de 4,1 a 4,2 por cento, só que essa era uma visão de setembro de 2012. A partir daí, observando o que foi se passando, a nossa expectativa hoje é um pouquinho acima de 3 por cento. E isso agente acompanha mensalmente.

Em janeiro, na área da Eletropaulo, a gente teve um crescimento de 2 por cento em relação a janeiro do ano passado... Mas ainda temos que aguardar, por exemplo, qual a influência que a redução da tarifa de energia vai ter daqui pra frente."


HUMBERTO BARBATO, PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA ELÉTRICA E ELETRÔNICA (ABINEE):

"O PIB da indústria eletroeletrônica no ano passado caiu em 5 por cento. Então esse resultado do PIB brasileiro vem confirmar as nossas expectativas em relação ao ano passado. O faturamento até cresceu, mas é um acréscimo que incorpora produto importado.

Quando comparamos janeiro de 2013 (em relação a janeiro de 2012), já vemos um desempenho bem melhor. O que posso dizer nesse instante é que das empresas que fizemos a sondagem, 56 por cento informaram que as vendas e as encomendas de janeiro foram bem maiores que as vendas de janeiro de 2012.

A perspectiva de aumento do faturamento da indústria eletroeletrônica para 2013 é de 8 por cento. Se o câmbio não se valorizar, provavelmente haverá crescimento da atividade industrial girando em torno de 4 por cento."

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