Economia

Com votação do Orçamento, Congresso encerra ano cheio de incertezas

Para 2020, o apertado calendário, com eleições municipais, deve ser um empecilho para a aprovação de novas reformas, como a tributária e a administrativa

Brasília: renovada em 47%, Câmara aprendeu, ao longo dos meses, a ampliar o volume de demandas ao executivo (Paulo Whitaker/Reuters)

Brasília: renovada em 47%, Câmara aprendeu, ao longo dos meses, a ampliar o volume de demandas ao executivo (Paulo Whitaker/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de dezembro de 2019 às 06h13.

Última atualização em 16 de dezembro de 2019 às 10h44.

São Paulo — A poucos dias do recesso de fim de ano, o Congresso corre para aprovar novos projetos, entre eles uma pauta inadiável: o Orçamento de 2020.

Na pauta desta segunda-feira na Câmara está uma proposta que altera o Fundo de Participação dos Municípios, com a adição de um ponto percentual em repasses de alguns tributos do governo federal para as prefeituras. Entre eles estão o imposto sobre produtos industrializados e o imposto de renda, que com a alteração teriam 50% de sua arrecadação destinada aos municípios.

O projeto é mais um lembrete de que a queda de braço por receitas seguirá como um dos focos do Congresso na falta de pautas mais definitivas sobre o tema. A divisão de recursos, aliás, é, como costuma acontecer, o grande tema de discussões sobre o orçamento de 2020, que deve ser votado em sessão conjunta na terça-feira.

O texto preliminar aprovado em comissão prevê receitas e despesas de 3,6 trilhões de reais, com salário mínimo abaixo do inicialmente previsto — 1.031 reais, ante 1.039 reais. O Orçamento estima crescimento do PIB de 2,32% para 2020, inflação de 3,53% e déficit primário do governo de 124 bilhões de reais. Uma das questões que devem gerar debates é o aumento do fundo eleitoral, de 2 bilhões de reais para 3,8 bilhões de reais.

O fundo eleitoral, pauta extremamente impopular, deve mostrar se os parlamentares estão preocupados com as contas de campanha de seus partidos, ou com a imagem do Congresso com a opinião pública. A Câmara contou este ano com 47% de renovação, mas se comporta cada dia mais como as gestões anteriores, segundo pesquisa da XP Investimentos divulgada na semana passada. O percentual de parlamentares sem demandas ao presidente caiu de 66% em janeiro para 5% em dezembro.

Para 2020, o apertado calendário, com eleições municipais, deve ser um empecilho para a aprovação de novas reformas, como a tributária e a administrativa. Uma possível reforma ministerial, antecipada por jornais no fim de semana, também pode trocar o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, trazendo novas levas de incerteza na relação entre executivo e legislativo.

O superpacote econômico do ministro da Economia, Paulo Guedes, com cinco grandes frentes de reforma do Estado, também pode embaralhar as prioridades do Congresso ano que vem. Deputados e senadores terminam 2019 com a reforma da Previdência aprovada, mas com uma enorme gama de incertezas para a retomada dos trabalhos, em 2020.

Acompanhe tudo sobre:Congressoeconomia-brasileiraExame HojeGoverno BolsonaroOrçamento federal

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor