Economia

Com Olimpíadas, inflação no Rio é a mais alta do Brasil

À medida que a competição vai se aproximando, investimentos nas obras de estádios e infraestrutura tendem a manter a inflação pressionada


	Rio 2016: durante a Copa, os preços de passagens aéreas, hotéis e alimentação fora de casa deram um salto em todas as sedes do Mundial; não será diferente agora
 (Rio 2016/Alex Ferro)

Rio 2016: durante a Copa, os preços de passagens aéreas, hotéis e alimentação fora de casa deram um salto em todas as sedes do Mundial; não será diferente agora (Rio 2016/Alex Ferro)

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Da Redação

Publicado em 24 de março de 2015 às 07h47.

Rio - A inflação no Rio corre acima da média das principais capitais do País desde a escolha da cidade como sede olímpica, em 2009, mas na hora de culpar a Olimpíada pela carestia, economistas são mais cautelosos do que as pessoas que apenas sentem os preços salgados no bolso.

"Nos três últimos anos ficou 1% mais caro a cada ano viver no Rio do que em outras capitais brasileiras, mas é difícil saber o que provoca isso. Pode ser algo permanente ou podem ser fatores pontuais", disse Salomão Quadros, pesquisador especializado em inflação do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).

Quadros analisou, a pedido da reportagem, a evolução desde 2009 do IPC, índice ao consumidor que compõe o IGP-M, calculado pela FGV, comparando o indicador para o Rio com a média em São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Salvador e Recife.

Pelos cálculos, se a inflação média das sete capitais fosse zero de meados de 2012 até o mês passado, a variação de preços no Rio ficaria em 3,1%.

"No início do período a inflação do Rio foi menor, indicando que o anúncio da cidade como sede não provocou pressões inflacionárias locais. A partir de 2012 a inflação carioca começa a superar a média das capitais, o que se mantém nos últimos três anos", explicou Quadros.

Durante a Copa de 2014, os preços de passagens aéreas, hotéis e alimentação fora de casa deram um salto em todas as sedes do Mundial, lembra Quadros. Passado o evento, esses preços cederam.

A Olimpíada será diferente porque as atividades ficarão concentradas no Rio, mas a tendência é que a inflação temporária se repita.

À medida que a competição vai se aproximando, investimentos nas obras de estádios e infraestrutura tendem a aquecer o mercado de trabalho e podem manter a inflação pressionada, de acordo com o especialista.

E fatores pontuais também influenciam. Recentemente, a prefeitura autorizou aumento nas passagens de ônibus antes de outras capitais, contribuindo para a inflação carioca ficar acima da média.

Os preços dos imóveis também estão em alta. Segundo o Índice Fipe-ZAP, o salto nos valores de venda foram maiores em 2010 e 2011, com 40% e 35%, respectivamente.

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