Exame Logo

Com alta 1,56% em agosto, dívida pública vai a R$ 4,412 tri

O Tesouro diz que tem acompanhado com "bastante atenção" o mercado secundário de títulos remunerados pela Selic e tem instrumentos para influenciá-lo

(Fotopoly/Getty Images)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de setembro de 2020 às 16h27.

Última atualização em 28 de setembro de 2020 às 17h18.

O estoque da Dívida Pública Federal (DPF) subiu 1,56% em agosto, quando atingiu 4,412 trilhões de reais. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira, 28, pelo Tesouro Nacional. Em julho, o estoque estava em 4,344 trilhões de reais.

A correção de juros no estoque da DPF foi de 35,93 bilhões de reais no mês passado, quando houve emissão líquida de 31,89 bilhões de reais.

Veja também

A DPF inclui a dívida interna e externa. A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) subiu 1,35% e fechou o mês em 4,174 trilhões de reais.

Já a Dívida Pública Federal externa (DPFe) ficou 5,36% maior, somando 238,25 bilhões de reais no mês passado.

12 meses

A parcela da DPF a vencer em 12 meses caiu de 22,09%, em julho, para 21,65%, em agosto, segundo o Tesouro Nacional.

O prazo médio da dívida reduziu de 3,94 anos, em julho, para 3,90 anos, em agosto. O custo médio acumulado em 12 meses da DPF passou de 8,73% a.a., em julho, para 8,54% a.a., em agosto.

Parcela prefixada

A parcela de títulos prefixados na Dívida Pública Federal subiu de 28,41% em julho para 30,14% em agosto. Já os papéis atrelados à Selic reduziram a fatia, de 39,39% para 39,17%.

Os títulos remunerados pela inflação caíram para 24,97% do estoque da DPF em agosto, ante 26,70% em julho. Os papéis cambiais reduziram a participação na DPF de 5,50% em julho para 5,72% em agosto.

O Tesouro Nacional tem acompanhado com "bastante atenção" o mercado secundário de títulos remunerados pela Selic (LFTs) e tem instrumentos para influenciá-lo, afirmou o coordenador-geral de operações da dívida, Luís Vital. Ele acrescentou que, na semana passada, o Tesouro já reduziu a oferta desses papéis porque o mercado era "vendedor".

"Acreditamos que mercado está passando por reprecificação e vai se estabilizar. Mas o Tesouro tem instrumentos, como reduzir convocações e diminuir colocações em leilões para não ser um fator adicional de pressão", afirmou.

O coordenador disse que o movimento de aumento no prêmio exigido no mercado secundário não tem relação com a questão fiscal do país, mas sim com essa reprecificação dos ativos. "O Tesouro tem avaliado o mercado secundário com bastante atenção. O objetivo é garantir funcionalidade do mercado secundário, que é fundamental para nossa estratégia de rolagem da dívida", completou.

Estrangeiros

Em queda acentuada nos últimos meses, a fatia dos investidores estrangeiros na dívida pública subiu em agosto em relação a julho. De acordo com dados divulgados pelo Tesouro Nacional, a participação desses investidores no estoque da Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) passou de 9,04% para 9,40% em agosto, somando 392,51 bilhões de reais. Em julho, o estoque estava em 372,41 bilhões de reais.

Esse aumento, no entanto, segundo o coordenador-geral de operações da dívida, Luís Vital, foi pontual e reflete o aumento de taxas e o movimento do câmbio. "A entrada de investidores estrangeiros para tempo mais longo depende da consolidação fiscal", afirmou.

Segundo Vital, as taxas pagas pelo Tesouro Nacional no leilão de agosto foram as mais altas da história para o mês, mas o custo continua nos menores níveis. O volume emitido também foi recorde histórico no mês passado.

Ele acrescentou que a demanda por papéis NTN-F (prefixados longos) é baixa neste momento e que, à medida que o fluxo for mais significativo, o Tesouro passará a emitir mais. "Os investidores seguem com cautela em relação às perspectivas fiscais", completou.

Os fundos de Previdência tiveram ligeira queda na participação, de 24,85% para 23,94%. A categoria das instituições financeiras teve alta na participação do estoque da DPMFi, de 26,46% em julho para 26,91% em agosto. Os fundos de investimento aumentaram levemente a fatia, de 26,38% para 26,91%. Já a participação das seguradores passou de 3,90% para 3,95%.

Acompanhe tudo sobre:Crise econômicaDívida públicaeconomia-brasileiraTesouro Nacional

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Economia

Mais na Exame