Economia

Cofecon pede afastamento de Temer e suspensão das reformas

O entidade alerta que a permanência de Temer e a possibilidade de uma eleição indireta de um novo presidente manterão a economia "na UTI"

Temer: para a Cofecon, haverá retração dos investimentos e a consequente ampliação do desemprego (Nacho Doce/Reuters)

Temer: para a Cofecon, haverá retração dos investimentos e a consequente ampliação do desemprego (Nacho Doce/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de maio de 2017 às 21h03.

Brasília - O Conselho Federal de Economia (Cofecon) pediu nesta terça-feira, 30, o afastamento do presidente Michel Temer do cargo e a suspensão da agenda de reformas que tramita no Congresso Nacional.

Em nota sobre o agravamento da crise, a entidade defende eleições diretas para presidente da República.

O Cofecon alerta na nota que a permanência de Temer no cargo e a possibilidade de uma eleição indireta de um novo presidente manterão a economia brasileira "na UTI" nos próximos 18 meses.

Para a entidade, haverá retração dos investimentos e a consequente ampliação do desemprego."Fomentando a desesperança e ampliando o risco de explosão do caldeirão social".

"Portanto, afastar Temer, sustar a agenda de "reformas" e realizar eleições diretas são passos indispensáveis para a tão desejada retomada do crescimento econômico", diz a nota, assinada pelo presidente do Cofecon, Júlio Miragaya.

O Conselho, que já vinha se posicionando de forma crítica sobre as reformas propostas pelo governo Temer, destacou que nos últimos dez dias, novos e graves fatos surgiram:

a) a liberação, pela Procuradoria Geral da República, em 20 de maio, da íntegra da gravação da conversa entre Temer e Joesley Batista, da JBS;

b) a entrevista do presidente ao jornal Folha de S.Paulo em 22 de maio, reconhecendo o teor da gravação;

c) a "Marcha dos 100 mil" em Brasília, em 24 de maio, contra as reformas;

d) os 13 pedidos de impeachment de Temer já impetrados, em especial o da OAB em 25 de maio;

e) o ato com 150 mil manifestantes no Rio de Janeiro, em 28 de maio, pelo impeachment e pelas Diretas Já. "Tratam-se de fatos que aprofundaram ainda mais a crise político-institucional, com consequências negativas para o cenário econômico", diz a entidade na nota.

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