Economia

CNDL: inadimplência é maior no setor de telefonia

Brasília - Os setores do comércio que receberam em junho o maior volume de calote dos consumidores foram os de telefonia, eletroeletrônicos escolas e planos de saúde. A lista foi divulgada hoje pelo economista da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Fernando Sasso. Para ele, parte das causas para o aumento da inadimplência no mês […]

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.

Brasília - Os setores do comércio que receberam em junho o maior volume de calote dos consumidores foram os de telefonia, eletroeletrônicos escolas e planos de saúde. A lista foi divulgada hoje pelo economista da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Fernando Sasso. Para ele, parte das causas para o aumento da inadimplência no mês passado é a existência de um contingente de novos consumidores que ainda não estão maduros para comprar a crédito.

Sasso salientou, no entanto, que pesquisa da entidade revelou que a principal resposta para a inadimplência é o desemprego, seguido de falta de planejamento financeiro e empréstimo do nome para compras com pagamento parcelado. "A maior parcela dos endividados é da classe C, D e E. Existe uma demanda reprimida gigantesca nessas camadas", afirmou.

Em junho, a maioria (54,9%) das pessoas registradas no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) foi do sexo feminino. Por faixa etária, 26,78% dos registros pertencem a consumidores com idade entre 30 e 39 anos. No mesmo mês, a entidade detectou que 78,42% possuem dívidas atrasadas nas faixas abaixo de R$ 250,00 - a grande maioria está compreendida no valor de R$ 0,01 a R$ 50 00, com 35,79%. "Isso é explicado pela grande disponibilidade de crédito a juros baixos, o que favorece os parcelamentos das compras", disse o economista.

Em relação ao cancelamento de registros no SPC Brasil - quando o consumidor limpa seu nome -, apesar de haver uma queda de 3,07% em junho na comparação com maio, houve crescimento tanto na comparação com idêntico período do ano passado (4,04%) quanto no acumulado do ano (5,81%) ante o primeiro semestre de 2009. Para Sasso, o aumento do salário mínimo, aliado ao final dos pagamentos dos compromissos do início do ano, permite dizer que os consumidores procuram regularizar seus débitos à medida que melhoram seu orçamento.

No mês passado, as mulheres realizaram 55,69% dos cancelamentos. Em junho, ainda de acordo com dados da CNDL e do SPC Brasil, 23 62% dos consumidores ficaram inadimplentes até 13 dias; 15,03% até 30 dias e 9,1% até 60 dias. O economista acredita que o aumento do salário aos aposentados e pensionistas, concedido pelo governo, tende a melhorar este quadro.

Segundo semestre

Apesar dos números mais fracos de junho para o varejo, o economista da CNDL prevê que a segunda metade do ano será positiva para o setor. Ele lembra que o segundo semestre já costuma ser mais aquecido em relação às vendas. Este ano, além dos tradicionais efeitos positivos, como restituição do Imposto de Renda e aumento das encomendas para o Natal, dois pontos devem melhorar ainda mais o resultado do setor: o reajuste salarial acima da inflação e as eleições.

"Só os dois candidatos principais à presidente (Dilma Rousseff, pelo PT, e José Serra, pelo PSDB) devem injetar R$ 300 milhões na economia", salientou Sasso. Para o economista, a desaceleração vista em junho foi um fato pontual, que não deve mudar a perspectiva positiva para o ano. De janeiro a junho, houve aumento das consultas de 7,88% - indicador do volume das vendas - e queda de 1,51% na inadimplência ante igual período de 2009.

Sasso comentou que, além dos resultados positivos da economia brasileira, o aumento da oferta de crédito deve fomentar ainda mais as vendas no varejo. Segundo ele, o tripé crédito-renda-emprego está favorável ao consumo. "Sem sombra de dúvida, a questão do crédito é importante para o setor", disse. O economista destacou ainda dados divulgados recentemente sobre o aquecimento das vendas para o consumidor de baixa renda - que recebe salário de até R$ 500 - acima do aumento médio do consumo.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaDados de BrasilDívidas pessoaisTelecomunicações

Mais de Economia

“Estamos estudando outra forma de financiar o mercado imobiliário”, diz diretor do Banco Central

Reunião de Lula e Haddad será com atacado e varejo e não deve tratar de pacote de corte de gastos

Arrecadação federal soma R$ 248 bilhões em outubro e bate recorde para o mês

Rui Costa diz que pacote de corte de gastos não vai atingir despesas com saúde e educação