Economia

CNDL: Classe C desconhece ferramentas do cartão de crédito

Segundo o presidente da confederação dos lojistas, desconhecimento é uma das principais causas da alta da inadimplência

"Essas classes ainda não se acostumaram com o maior poder de compra e acabaram se endividando” disse o presidente da CNDL (Getty Images)

"Essas classes ainda não se acostumaram com o maior poder de compra e acabaram se endividando” disse o presidente da CNDL (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 9 de fevereiro de 2012 às 15h41.

Brasília – O recente acesso das camadas mais pobres da população aos serviços bancários – em especial, a cartões de crédito – é responsável por parte da inadimplência registrada em janeiro, disse o presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro Junior. Segundo entidade, a inadimplência do consumidor brasileiro subiu 2,91% em janeiro, na comparação com o mesmo mês de 2011.

“O país está tornando os bancos acessíveis às classes baixas, que entram no sistema de cartão sem ter experiência sobre o seu melhor uso. Essas classes ainda não se acostumaram com o maior poder de compra e acabaram se endividando”, ressaltou Pellizzaro, ao divulgar o Indicador SPC Brasil de vendas no comércio e inadimplência pessoa física.

Por desconhecerem as ferramentas disponíveis nos cartões, as pessoas acabam comprando sem verificar a melhor forma de parcelamento. “O melhor é sempre pagar o cartão na data de vencimento. Mas, se for para parcelar, que seja a preços fixos, com o lojista concedendo o crédito por meio do cartão. Em geral, a compra pode ser feita em até seis parcelas, com juros bem mais baixos”, explicou.

“Todo lojista deveria saber que pode fazer isso. Basta, na máquina do cartão e dentro da opção parcelar, escolher a opção loja, e não a de cartão. O juro é bem menor e pode chegar a um terço ou um quarto do cobrado”, detalhou.

Pellizzaro aproveitou a divulgação do indicador para sugerir que os bancos brasileiros regularizem o cheque pré-datado. “Este é um procedimento usual para os brasileiros, que poderia até já vir impresso [como opção] na folha de cheque. A loja pagaria uma taxa ao banco, para fazer uso desse serviço, que poderia inclusive adiantar o pagamento do pré-datado. Assim, seriam diluídos e, consequentemente, a taxa de juros poderia diminuir”, disse ele.

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