Pequim - A China precisa "estritamente proibir" expansão adicional de setores industriais como aço e alumínio, afirmou o vice-premiê do país Zhang Gaoli em comentários publicados no final da quarta-feira, em meio a planos do governo para novas regras para resolver problema de excesso de capacidade produtiva.

A China produziu um recorde de 716 milhões de toneladas de aço bruto no ano passado, alta de 3,1 por cento sobre 2011. O volume correspondeu a 46 por cento da produção mundial.

As importações de minério de ferro subiram 8,4 por cento, para 743,6 milhões de toneladas e gigantes globais do setor como Rio Tinto estão bancando em mais crescimento no país para justificar seus enormes planos de expansão de capacidade.

Mas o rampante crescimento do setor siderúrgico da China tem causado excesso de capacidade que tem pressionado preços de aço e reduzido margens de lucro das usinas, e Pequim está agora finalizando um novo plano para resolver o problema.

O vice-premiê Zhang afirmou durante um tour por empresas industriais no norte da China que novos projetos de produção de aço, cimento, alumínio, vidro e no setor naval não deverão ser aprovados como parte dos esforços do país para reduzir a poluição e rejuvenecer sua economia.

Os comentários de Zhang foram publicados no site do governo chinês, em http://www.gov.cn .

O governo da China está tentando controlar seu setor siderúrgico há anos, mas tem enfrentado dificuldades para impor sua vontade sobre províncias que dependem dessa indústria para garantir empregos e receita.

Pequim também está buscando impor exigências ambientais mais duras sobre o setor com o objetivo de melhorar a qualidade do ar e também para ajudar a reduzir o excesso de capacidade produtiva.

Li Xinchuang, vice-secretário geral da Associação de Ferro e Aço da China (Cisa), afirmou recentemente que a atual capacidade produtiva do setor siderúrgico chinês é estimada algo perto de 1 bilhão de toneladas, suficiente para atender a demanda doméstica mesmo se atingir um pico em algum momento da próxima década. Ele comentou ainda que não há necessidade em novos aumentos de capacidade.

Nas novas regras que estão sendo preparadas, que a mídia chinesa afirma que devem ser divulgadas neste mês, a aprovação de novos projetos deve ser feita sob a condição de fechamento de instalações antigas e defasadas.