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O incerto futuro chinês

A China está, de fato, crescendo em ritmo menos acelerado. Os números mostram que o Produto Interno Bruto do país avançou 6,7% em 2016 (em 2015 o crescimento foi 6,9%). Foi o menor crescimento do país em 26 anos. Para 2017, a meta é crescer 6,5%, numa redução de ritmo que evidencia as profundas mudanças em […]

CHINA: país divulgou dados de crescimento em dia de posse de Trump; futuro da economia ainda é incerto / Anthony Kwan/Getty Images
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Da Redação

Publicado em 19 de janeiro de 2017 às 18h58.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h16.

A China está, de fato, crescendo em ritmo menos acelerado. Os números mostram que o Produto Interno Bruto do país avançou 6,7% em 2016 (em 2015 o crescimento foi 6,9%). Foi o menor crescimento do país em 26 anos. Para 2017, a meta é crescer 6,5%, numa redução de ritmo que evidencia as profundas mudanças em curso no país. Nada mais simbólico do que a divulgação desses dados tenha sido feita no dia da posse de Donald Trump, o maior empecilho para que a economia do país continue crescendo.

Uma das maiores incertezas econômicas do governo Trump é sobre como se dará seu tão prometido protecionismo econômico. Em campanha, ele prometeu que taxaria produtos vindos da China em 45%. Nesta semana, o presidente chinês Xi Jinping foi o centro das atenções no Fórum Econômico Mundial em Davos (Suíça) – foi a primeira vez que um líder do país participa do evento. Em seu discurso, ele criticou indiretamente as intenções do novo presidente americano eleito de taxar produtos importados. Embora sem mencionar Trump nominalmente, Xi Jinping pediu aos países que respeitem acordos internacionais de livre-comércio e disse que “a China manterá suas portas sempre abertas”.

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Com os Estados Unidos governados por um protecionista, a China tenta assumir as rédeas da globalização no mundo. Em dezembro, o país ganhou o direito de ser reconhecido como economia de mercado na Organização Mundial de Comércio (OMC), mas depende do reconhecimento dos países membros para ter tratamento segundo as regras do bloco.

Para Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados e colunista de EXAME Hoje, a dúvida maior é se a China conseguirá ser essa liderança – por se tratar de uma sociedade cada vez mais estatal e nada progressista. “A China não conseguirá ser ofertador eficiente de bens públicos globais e terá duas opções: se enquadrar nesse mundo liberal ou se voltar para o próprio umbigo, como historicamente ela fez”, afirma. Os números que a China divulgou hoje eram fáceis de prever; seu futuro continua coberto por uma espessa nuvem de incerteza.

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