China pressiona UE por aliança comercial contra os EUA
Uma das propostas é de que a China e a União Europeia lancem uma ação conjunta contra os Estados Unidos na OMC
Reuters
Publicado em 4 de julho de 2018 às 15h56.
Bruxelas/Berlim - A China está pressionando a União Europeia para emitir uma forte declaração conjunta contra as políticas comerciais do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump , em uma cúpula neste mês, mas enfrenta resistência, disseram autoridades europeias.
Em reuniões em Bruxelas, Berlim e Pequim, importantes autoridades chinesas, incluindo o vice-primeiro-ministro, Liu He, e o principal diplomata do governo, o assessor de Estado Wang Yi, propuseram uma aliança entre as duas potências econômicas e se ofereceram para abrir mais o mercado chinês, em um gesto de boa vontade.
Uma das propostas é de que a China e a União Europeia lancem uma ação conjunta contra os Estados Unidos na Organização Mundial do Comércio.
Mas a União Europeia, maior bloco comercial do mundo, tem rejeitado a ideia de se aliar a Pequim contra Washington, disseram cinco autoridades e diplomatas da UE à Reuters, antes da cúpula sino-europeia em Pequim, de 16 a 17 de julho.
Em vez disso, a expectativa é de que a cúpula produza um comunicado modesto, que afirma o compromisso de ambos os lados com o sistema multilateral de comércio e prometa criar um grupo de trabalho sobre a modernização da OMC, disseram autoridades da UE.
O vice-primeiro-ministro, Liu He, disse que a China está pronta para definir pela primeira vez quais setores pode abrir para investimentos europeus na cúpula anual, que deve ter a presença do presidente Xi Jinping, do premiê chinês Li Keqiang e de autoridades da UE.
"A China quer que a União Europeia fique ao lado de Pequim contra Washington, para tomar partido", disse um diplomata europeu. "Nós não faremos isso e dissemos isso a eles."