Economia

China permitirá até 55% de capital estrangeiro em telecom

Com a medida, a China está tentando abrir agora um de seus setores estratégicos controlado até o momento pelo Estado


	Internet: a medida será aplicada em negócios relacionados com a internet e com o comércio eletrônico, e negócios de armazenagem de informação através sistemas de programação em nuvem
 (Getty Images)

Internet: a medida será aplicada em negócios relacionados com a internet e com o comércio eletrônico, e negócios de armazenagem de informação através sistemas de programação em nuvem (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de janeiro de 2014 às 05h54.

Xangai - A China vai permitir neste ano que o investimento estrangeiro em empresas mistas de telecomunicações, dentro da Zona Piloto de Livre-Comércio de Xangai (ZPLC) que foi criada em setembro do ano passado, chegue a uma participação de 55%, segundo anúncio do Conselho de Estado (Executivo).

Esta é uma das medidas para facilitar a aprovação e a chegada de investimento estrangeiro na ZPLC com as quais se espera liberalizar de forma experimental diferentes aspectos do sistema econômico e financeiro do país, mediante reformas que, caso tenham sucesso, podem se estender no futuro pelo território chinês.

Nesse contexto, a China está tentando abrir agora um de seus setores estratégicos controlado até o momento pelo Estado: o das telecomunicações, no qual permitirá pela primeira vez que o capital estrangeiro possa chegar a uma posição de controle, com mais de um 50% do investimento, em empresas mistas.

A medida será aplicada em negócios relacionados com a internet e com o comércio eletrônico, como lojas virtuais de programas e aplicações para celulares e tablets, e negócios de armazenagem de informação através sistemas de programação em nuvem, detalhou o Ministério de Indústria e Tecnologia da Informação.

Além disso, serão abertos quatro subsetores das telecomunicações para o investimento estrangeiro, nos quais só se podia participar através de empresas mistas em até 50%: serviços de atendimento de chamadas, de conexão com a internet, de conversa por voz em várias bandas e da criação de redes privadas virtuais.


O Ministério chinês garantiu que espera que a nova medida da ZPLC "torne o mercado mais justo e mais transparente".

Todos estes subsetores, enquanto estiverem instalados na nova zona, poderão oferecer serviços ao resto do mercado chinês, com a exceção das empresas de conexão com a internet, um setor monopolizado por operadoras estatais e controlado por sistemas de censura no resto do território chinês.

Estes novos setores nos quais será facilitado o investimento estrangeiro, como o armazenamento e a análise de dados e o comércio eletrônico, estão muito relacionados com tecnologias estratégicas que a China está tentando desenvolver, como a computação em nuvem e a gestão simultânea de quantidades imensas de informação.

Além das telecomunicações, o Conselho de Estado também anunciou que vai relaxar seus controles sobre o investimento estrangeiro, dentro da ZPLC, em áreas como o transporte marítimo internacional, o setor de lazer e entretenimento e a educação, para os quais serão anunciadas medidas paulatinamente.

A ZPLC abrange uma superfície de 28,78 quilômetros quadrados, entre as instalações já existentes de seu aeroporto internacional de Pudong e seus armazéns e terminais portuários de Waigaoqiao e Yangshan, que no ano passado fizeram de Xangai, pelo quarto ano consecutivo, o porto de contêineres mais movimentado do planeta. 

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaChinaPrivatizaçãoreformasTelecomunicações

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor