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China e EUA se comprometem a implementar acordo comercial apesar da crise

Negociadores dos EUA e da China concordaram nesta sexta-feira (8) em cumprir o acordo preliminar assinado no início do ano

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EUA-China: após novas ameaças, países sinalizam uma "conciliação econômica" (Kevin Lamarque/Reuters)

EUA-China: após novas ameaças, países sinalizam uma "conciliação econômica" (Kevin Lamarque/Reuters)

A
AFP

Publicado em 8 de maio de 2020 às, 06h43.

Após semanas de tensões pela pandemia do novo coronavírus, Estados Unidos e China demonstraram nesta sexta-feira uma atitude mais conciliadora na área econômica e se comprometeram a aplicar o acordo preliminar assinado no início do ano.

Na semana passada, o presidente americano Donald Trump - candidato à reeleição em novembro - provocou o temor de uma volta da guerra comercial que os dois países protagonizaram a partir de meados de 2018.

Mas depois de quatro meses de silêncio, os negociadores dos dois países se comprometeram nesta sexta-feira, por telefone, a aplicar seu acordo comercial "de fase um".

O acordo foi anunciado em janeiro, depois de quase dois anos de guerra comercial com tarifas de importação, pouco antes da cidade chinesa de Wuhan, onde surgiu a epidemia de covid-19, anunciar a quarentena.

Segundo o pacto, Washington deveria suspender os aumentos de tarifas e Pequim intensificar as compras de produtos americanos em 200 bilhões de dólares durante dois anos, na comparação com os números de 2017.

Mas a pandemia do coronavírus, que paralisou a economia mundial, provocou dúvidas sobre a capacidade da China de cumprir com sua promessa.

Neste sentido, o secretário americano do Tesouro, Steven Mnuchin, advertiu no início da semana que existiriam "consequências muito importantes" se Pequim não cumprisse a sua parte do pacto.

Após a conversa desta sexta-feira (quinta-feira no horário de Washington) entre o negociador chinês e vice-premier Liu He, Mnuchin e o representante para o Comércio dos Estados Unidos, Robert Lighthizer, a situação parece mais calma.

As duas partes concordaram "que apesar da atual emergência de saúde global, os dois países têm a expectativa de cumprir suas obrigações nos prazos adequados", informou em um comunicado o gabinete de Lighthizer.

A nota também destaca "bons progressos" para a criação das infraestruturas governamentais necessárias para garantir o êxito do acordo comercial.

Os dois países se declararam dispostos a "fortalecer a cooperação macroeconômica e na área de saúde pública, com um esforço para criar uma atmosfera e condições favoráveis para a implementação da fase um do acordo econômico e comercial entre Estados Unidos e China, promovendo resultados positivos", indicou o ministério chinês do Comércio.

Ameaças de Trump

Os sinais positivos contrastam com a dura troca de acusações entre os países nas últimas semanas devido à pandemia de COVID-19.

Donald Trump ameaçou na semana passada impor novas tarifas comerciais à China, que acusou de responsabilidade pela epidemia e suas consequências econômicas.

O secretário de Estado, Mike Pompeo, afirmou no domingo que tinha "enormes evidências" de que o vírus teria origem em um laboratório de Wuhan. Uma declaração que a TV pública chinesa classificou de "insanas".

A pandemia afetou gravemente a economia mundial. Embora a China tenha retomado as atividades, depois que o nível de contágio caiu após as fortes medidas de confinamento impostas à população, o colapso da demanda na Europa e na América do Norte é um mau sinal para as exportações de Pequim.

Ao contrário do esperado, nas últimas as exportações chinesas subiram 3,5% mês passado - estimuladas pela venda de material médico contra a epidemia -, após uma queda de 17,2% no início do ano.

Mas as importações registraram contração de 14,2% em abril.

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