Economia

China crescerá menos de 6% já em 2015, diz Roubini

Economista acredita que modelo do país é "insustentável" e não deve sustentar os níveis atuais de crescimento por muitos anos


	O economista Nouriel Roubini: ele diz que a China precisa aumentar consumo interno
 (Win McNamee/Getty Images)

O economista Nouriel Roubini: ele diz que a China precisa aumentar consumo interno (Win McNamee/Getty Images)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 24 de setembro de 2013 às 12h51.

São Paulo - A China crescerá menos nos próximos anos e o ciclo de expansão das commodities provavelmente acabou. É o que acredita Nouriel Roubini, economista da Universidade de Nova York e fundador da consultoria Roubini Global Economics. 

Os comentários foram feitos ontem na 6a conferência "Inside Commodities" em Nova York. O evento é organizado anualmente pela IndexUniverse, empresa que compila e divulga dados financeiros para o mercado. As informações são da Dow Jones.

Roubini diz que o modelo atual chinês é "insustentável" e que o país precisa diminuir sua taxa de poupança. atualmente em 50% do PIB, e turbinar sua taxa de consumo interno, equivalente a 30%. 

Como este processo acontecerá de forma "mais gradual que o necessário", o crescimento econômico deve desacelerar para 7% em 2014 e para menos de 6% em 2015. Está descartado um "pouso forçado" que derrubaria o crescimento para menos de 4% ao ano.

A China cresceu 10,4% em 2010, 9,3% em 2011 e 7,8% em 2012, de acordo com dados do Banco Mundial. O Fundo Monetário Internacional projeta que o número do ano passado deve se repetir em 2013 e 2014.

Famoso por prever a crise de 2008 nos Estados Unidos, Roubini nota que o país está definitivamente se recuperando, mas que seu apelo decorre da fraqueza dos outros países desenvolvidos: "os problemas fiscais americanos são severos, mas de forma relativa, não tão severos quanto no Japão, na eurozona e no Reino Unido".

No início de setembro, Roubini publicou um artigo no Project Syndicate apontando o fim da festa e o início da ressaca entre os emergentes.

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