Economia

Chile intervém no câmbio com US$ 25 bilhões para defender peso

O plano inclui até US$ 10 bilhões em vendas de dólar no mercado spot e proteção cambial que pode chegar ao mesmo valor

The Central Bank of Chile in Santiago, Chile, on Monday, March 28, 2022. Chile's central bank is likely to increase its benchmark rate by 150 basis points to 7.0% on March 29. (Bloomberg/Bloomberg)

The Central Bank of Chile in Santiago, Chile, on Monday, March 28, 2022. Chile's central bank is likely to increase its benchmark rate by 150 basis points to 7.0% on March 29. (Bloomberg/Bloomberg)

B

Bloomberg

Publicado em 15 de julho de 2022 às 13h02.

Última atualização em 18 de julho de 2022 às 12h58.

O banco central chileno anunciou planos para apoiar o peso depois que a moeda do país despencou para uma mínima recorde, alimentando a inflação que já está em quase quatro vezes a meta.

Quinta-feira à noite, a autoridade monetária do país disse que realizará uma intervenção cambial de US$ 25 bilhões, entre 18 de julho a 30 de setembro. O plano inclui até US$ 10 bilhões em vendas de dólar no mercado spot e proteção cambial que pode chegar ao mesmo valor.

“Com a narrativa de recessão global começando a dominar o cenário de investimentos, o banco central chileno está tentando parar o impulso de queda em sua moeda”, disse Todd Schubert, chefe de pesquisa de renda fixa do Bank of Singapore. A queda nos preços do cobre levou à forte desvalorização do peso, já que o Chile é o maior produtor de cobre do mundo, disse.

O peso chileno caiu para uma mínima recorde de 1.060,40 por dólar na quinta-feira, com a moeda americana se fortalecendo globalmente e o preço do cobre em queda. O peso já se desvalorizou quase 19% este ano.

O anúncio da intervenção veio após o ministro das finanças Mario Marcel dizer que o governo estava estudando maneiras de aliviar os efeitos da moeda mais fraca e instou o banco central a comentar sobre o assunto.

Os formuladores de política monetária já estenderam aumentos agressivos de juros em um esforço para domar a inflação anual que provavelmente subiu para 12,7% em junho, de acordo com estimativas em uma pesquisa da Bloomberg. Uma moeda mais fraca torna os bens importados mais caros, aumentando as pressões sobre os preços.

A incerteza política também está prejudicando o peso. O Chile se aproxima de um referendo em 4 de setembro sobre uma proposta de nova constituição. Enquetes mostram que mais eleitores estão inclinados a rejeitar o rascunho do documento, enquanto um projeto de lei para reduzir a maioria necessária para reformar a atual carta tramita pelo congresso.

O banco central implementou medidas cambiais em 2019, quando o peso caiu em meio a protestos de rua em massa, e novamente em 2020, no início da pandemia. As políticas incluíam vendas de dólar e swaps cambiais.

LEIA TAMBÉM: 

Rússia quer criar seu próprio preço de referência para petróleo

O que é IPCA acumulado e qual é a inflação hoje?

Acompanhe tudo sobre:BancosCâmbioChileeconomia-internacionalInflação

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor