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Câmbio é o maior risco para produtor de soja do Brasil, diz consultor

Para Flávio França, a depender do vencedor das eleições, dólar pode estar no momento de venda da colheita em patamar diferente do observado no plantio

Soja: Brasil é o maior exportador global da oleaginosa e tende a se firmar também como maior produtor em 2018/19 (Scott Olson/Getty Images)
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Reuters

Publicado em 24 de julho de 2018 às 16h35.

São Paulo - As oscilações do câmbio no Brasil são atualmente o maior risco para os produtores de soja do país, muito mais que as incertezas sobre fretes ou a disputa comercial entre Estados Unidos e China, disse nesta terça-feira o chefe do setor de grãos da Datagro, Flávio França Júnior.

De acordo com ele, o cenário eleitoral tende a trazer forte volatilidade ao dólar e, a depender do vencedor do pleito, a moeda norte-americana pode estar no momento de venda da colheita em um patamar totalmente diferente do observado na época do plantio.

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"O produtor pode plantar com o dólar a 3,80 reais e, se alguém comprometido com o mercado, com reformas, vencer as eleições, poderá vender a soja a 3,20 reais lá na frente", afirmou no intervalo do Global Agribusiness Forum (GAF), em São Paulo.

Ele comentou que está instruindo produtores a travar preços futuros para o máximo possível da próxima safra, cuja semeadura começa entre setembro e outubro e a colheita se dá a partir de janeiro.

O Brasil é o maior exportador global da oleaginosa e tende a se firmar também como maior produtor em 2018/19, à frente dos Estados Unidos.

Segundo França Júnior, a moeda norte-americana nos atuais patamares tende a impactar o uso de fertilizantes e outros insumos no momento do plantio, com os agricultores priorizando produtos com tecnologia inferior.

"Se isso vai afetar a produtividade, difícil dizer, pois se chover bem, recupera. Mas que deve ter fertilizantes com menos tecnologia, deve", destacou.

Citando números preliminares, França Júnior disse que a área semeada com a oleaginosa tende a crescer cerca de 3 por cento na temporada 2018/19, para pouco mais de 36 milhões de hectares. Ele não projetou um número de safra.

Sobre a disputa comercial entre EUA e China , o consultor comentou que o Brasil não saiu com vantagens, apesar da potencial maior demanda chinesa pela soja brasileira.

"A queda dos preços em Chicago foi parcialmente compensada pelos prêmios mais altos. Mesmo assim, nesses últimos três meses o preço FOB de exportação de soja caiu 15 por cento", destacou.

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