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Câmara argentina aprova projeto para pagar 'abutres'

O texto deverá passar pelo Senado, dominado pelo kirchnerismo

Presidente da Argentina, Mauricio Macri: texto deverá passar pelo Senado, dominado pelo kirchnerismo (REUTERS/Jorge Adorno)
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Da Redação

Publicado em 16 de março de 2016 às 12h31.

Buenos Aires - Depois de 20 horas de discussão, o governo de Mauricio Macri conseguiu aprovar com folga na Câmara dos Deputados , na manhã desta quarta-feira, um projeto que permite avançar em um acordo com credores da dívida argentina que não aceitaram renegociações, apelidados pelo governo anterior de "abutres".

O texto deverá passar pelo Senado, dominado pelo kirchnerismo, mas o apoio expressivo reunido entre deputados de oposição moderada, numa Casa onde sua bancada era minoritária, indica que Macri tende a conseguir passar o projeto. É sua primeira grande vitória parlamentar.

A bancada governista original tem 90 parlamentares, mas conseguiu reunir 165 votos a favor, o que indica a capacidade de Macri de atrair deputados opositores e independentes em futuras votações.

Houve 86 votos contra, na maioria kirchneristas que levaram bandeiras argentinas para suas bancadas e exibiram a expressão "Pátria ou Abutres". O prazo fixado em uma negociação nos EUA para concretizar o acerto estabelecido há duas semanas com os quatro fundos mais resistentes, com o pagamento de US$ 4,6 bilhões em dinheiro, é 14 de abril.

Entre os pedidos do governo ao Parlamento, está a autorização para emitir dívida de US$ 12 bilhões, a maior de um país em desenvolvimento desde 1996, quando o México fez operação semelhante.

O segundo foco do texto que irá ao Senado é a derrubada de duas leis, aprovadas durante o kirchnerismo, que impedem o tratamento desigual aos detentores de títulos que aceitaram a repactuação de 2005 e 2010 e os litigantes atuais (7% do total), que exigem o valor integral de seus créditos.

Esses conseguiram, na Justiça dos EUA, impedir em 2014 o pagamento aos demais e colocaram o país em calote técnico.

O governo sustenta que o acerto com os fundos representa um abatimento de 25% do total da dívida e 40% sobre os juros.

O macrista Luciano Laspina argumentou que o acordo é decisivo para devolver o acesso ao crédito internacional e reforçou uma advertência feita por Macri, em entrevista ao canal de TV América no domingo.

O presidente falou em risco de hiperinflação, caso não houvesse avanço no Congresso sobre o acordo com os holdouts. "Não queremos o ajuste fiscal ou inflacionário que propõe o kirchnerismo", disse Laspina.

O projeto enfrentou protesto de manifestantes kirchneristas em frente do Parlamento e tensão no plenário.

Uma das maiores dificuldades dos governistas durante a votação que atravessou a madrugada foi convencer parlamentares em dúvida de que os credores que aceitaram valores anteriores não voltarão à Justiça, animados pelo que já obtiveram.

O último ministro da Economia kirchnerista, Axel Kicillof, foi a principal voz contrária entre os deputados.

"Há acordos firmados em que os fundos abutres explicitamente se reservam o direito de seguir com demandas judiciais. Não há dúvida de que vão exigir mais", reclamou. Ele queria cláusulas pelas quais os credores renunciassem à possibilidade de novas exigências, mas o projeto não sofreu alterações significativas.

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Buenos Aires - Depois de 20 horas de discussão, o governo de Mauricio Macri conseguiu aprovar com folga na Câmara dos Deputados , na manhã desta quarta-feira, um projeto que permite avançar em um acordo com credores da dívida argentina que não aceitaram renegociações, apelidados pelo governo anterior de "abutres".

O texto deverá passar pelo Senado, dominado pelo kirchnerismo, mas o apoio expressivo reunido entre deputados de oposição moderada, numa Casa onde sua bancada era minoritária, indica que Macri tende a conseguir passar o projeto. É sua primeira grande vitória parlamentar.

A bancada governista original tem 90 parlamentares, mas conseguiu reunir 165 votos a favor, o que indica a capacidade de Macri de atrair deputados opositores e independentes em futuras votações.

Houve 86 votos contra, na maioria kirchneristas que levaram bandeiras argentinas para suas bancadas e exibiram a expressão "Pátria ou Abutres". O prazo fixado em uma negociação nos EUA para concretizar o acerto estabelecido há duas semanas com os quatro fundos mais resistentes, com o pagamento de US$ 4,6 bilhões em dinheiro, é 14 de abril.

Entre os pedidos do governo ao Parlamento, está a autorização para emitir dívida de US$ 12 bilhões, a maior de um país em desenvolvimento desde 1996, quando o México fez operação semelhante.

O segundo foco do texto que irá ao Senado é a derrubada de duas leis, aprovadas durante o kirchnerismo, que impedem o tratamento desigual aos detentores de títulos que aceitaram a repactuação de 2005 e 2010 e os litigantes atuais (7% do total), que exigem o valor integral de seus créditos.

Esses conseguiram, na Justiça dos EUA, impedir em 2014 o pagamento aos demais e colocaram o país em calote técnico.

O governo sustenta que o acerto com os fundos representa um abatimento de 25% do total da dívida e 40% sobre os juros.

O macrista Luciano Laspina argumentou que o acordo é decisivo para devolver o acesso ao crédito internacional e reforçou uma advertência feita por Macri, em entrevista ao canal de TV América no domingo.

O presidente falou em risco de hiperinflação, caso não houvesse avanço no Congresso sobre o acordo com os holdouts. "Não queremos o ajuste fiscal ou inflacionário que propõe o kirchnerismo", disse Laspina.

O projeto enfrentou protesto de manifestantes kirchneristas em frente do Parlamento e tensão no plenário.

Uma das maiores dificuldades dos governistas durante a votação que atravessou a madrugada foi convencer parlamentares em dúvida de que os credores que aceitaram valores anteriores não voltarão à Justiça, animados pelo que já obtiveram.

O último ministro da Economia kirchnerista, Axel Kicillof, foi a principal voz contrária entre os deputados.

"Há acordos firmados em que os fundos abutres explicitamente se reservam o direito de seguir com demandas judiciais. Não há dúvida de que vão exigir mais", reclamou. Ele queria cláusulas pelas quais os credores renunciassem à possibilidade de novas exigências, mas o projeto não sofreu alterações significativas.

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