Economia

Calderón encerra G20 com acordo de capitalização no FMI

''É uma conquista que envolveu vários meses de intensas negociações'', disse Calderón

Presidente mexicano agradeceu o esforço realizado pelos países emergentes, em particular China, Brasil e Rússia (Chip Somodevilla/Getty Images)

Presidente mexicano agradeceu o esforço realizado pelos países emergentes, em particular China, Brasil e Rússia (Chip Somodevilla/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 19 de junho de 2012 às 21h15.

Los Cabos - A cúpula do Grupo dos 20 (G20) concluiu nesta terça-feira no México considerada ''um sucesso'', com a determinação de ações para enfrentar a crise da zona do euro, e com a maior capitalização de sua história para o Fundo Monetário Internacional (FMI), acima dos US$ 450 bilhões.

''É uma conquista que envolveu vários meses de intensas negociações'', disse Calderón no encerramento da Cúpula, em mensagem à imprensa. Na ocasião, o presidente mexicano agradeceu o esforço realizado pelos países emergentes, em particular China, Brasil e Rússia.

A cúpula do G20 começou na última segunda-feira com a presença dos chefes de Estado e Governo de mais de 20 países. A crise da dívida da zona do euro esteve no centro das discussões da reunião, na tentativa de enfrentar decisivamente a tensão econômica do bloco.

Na sua fala, o presidente mexicano disse acreditar que os países europeus estão fortes para enfrentar os problemas e mais conscientes das medidas necessárias para enfrentar a crise. ''Vejo no futuro uma Europa mais unida, forte, integrada e muito mais eficiente para enfrentar seus problemas'', disse Calderón confiante no fortalecimento da Europa.

O anfitrião ainda informou que o ''Plano de Ação de Los Cabos para o Crescimento e o Emprego'' foi assinado. No documento, estão presentes medidas conjunturais para estabilizar a economia, assim como outras de meio e longo prazo.


Outro ponto de destaque do mexicano foi a intenção de ''enfrentar decisivamente a crise da zona do euro'', mediante medidas para fortalecer a demanda, enfocar políticas monetárias, garantir a consolidação fiscal das economias avançadas e a abertura dos mercados emergentes e resistir ao protecionismo.

De acordo com Calderón, o debate sobre o protecionismo, relacionado com as restrições ao comércio adotadas por alguns países para se proteger contra a crise teve muita evidência. No entanto, o presidente afirmou que houve um consenso sobre a rejeição ao protecionismo e a necessidade de prorrogar a cláusula ''Stand Still'', que fixa o compromisso de não impor medidas desta natureza até 2014.

''Tudo isso contribuirá para eliminar a incerteza na economia global'', disse Calderón. Sobre as medidas de capitalização do FMI, o anfitrião reconheceu o papel dos líderes das economias emergentes, que comprometeram ''importantes fundos'' para o organismo, como os US$ 40 bilhões da China.

Para o presidente do México, que deixará o cargo em 30 de novembro, há também que fortalecer o marco regulador atual que previne o surgimento de novas crises futuras. Calderón também comemorou a presença do debate sobre a inclusão financeira de mais de 2,7 bilhões de pessoas, necessidade de melhorar a segurança alimentar, e um maior investimento público e privado em agricultura.

Por fim, o líder mexicano destacou que a Cúpula em Los Cabos foi a primeira do G20 que incorporou discussões sobre o meio ambiente, o que segundo ele, deixa como legado um novo paradigma de crescimento ''verde'' unido ao econômico.

A recém encerrada Cúpula do G20 também foi a primeira realizada na América Latina, além da segunda entre as sete já realizadas que ocorreu em um país emergente, depois da escolha da Coreia do Sul em 2010.

Em seu conjunto, os países desenvolvidos e emergentes que integram o G20 representam cerca de 90% do Produto Interno Bruto mundial, 80% do comércio global e dois terços da população total do planeta.

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