Economia

Cai participação de importados no consumo no 3º tri

Depois de dez trimestres consecutivos de alta, a participação de produtos industriais importados no consumo dos brasileiros caiu para 22,1% no terceiro trimestre


	Importados: dos 27 setores avaliados pelo estudo, 12 importaram menos que no trimestre anterior
 (Spencer Platt/Getty Images/AFP)

Importados: dos 27 setores avaliados pelo estudo, 12 importaram menos que no trimestre anterior (Spencer Platt/Getty Images/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de dezembro de 2012 às 14h17.

Brasília - A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou na manhã desta quinta-feira o estudo "Coeficientes de Abertura Comercial". O trabalho indica que, depois de dez trimestres consecutivos de alta, a participação de produtos industriais importados no consumo dos brasileiros caiu para 22,1% no terceiro trimestre deste ano. O índice havia alcançado 22,3% no segundo semestre, que foi recorde.

Esse é o "coeficiente de penetração das importações", medido pela participação de bens industriais importados no consumo doméstico no terceiro trimestre, considerando o acumulado dos últimos quatro trimestres até o fim do período em análise. O indicador mede a compra de importados pela indústria brasileira, na fabricação de novos produtos, e também pelas famílias, no consumo final.

O economista da CNI Marcelo Azevedo destaca que não é possível afirmar que, pela leve queda no resultado apurada no terceiro trimestre, as importações continuarão caindo. "Enquanto os mercados desenvolvidos estiverem em baixa, a produção dos países asiáticos será desviada para economias em crescimento como a brasileira", explica Azevedo.

Dos 27 setores avaliados pelo estudo, 12 importaram menos que no trimestre anterior. As indústrias de petróleo e biocombustíveis e as de farmoquímicos e farmacêuticos foram as que tiveram as maiores quedas. No setor de petróleo e biocombustíveis, a queda foi de 2,4 pontos porcentuais. No de farmoquímicos e farmacêuticos, a retração foi de 0,7 ponto porcentual.


"Nos setores em que se registram quedas, as variações podem ser atribuídas à alta na taxa de câmbio ocorrida no início do ano e às medidas adotadas pelo governo para a desoneração dos setores industriais", explica o estudo. A pesquisa foi realizada em parceria com a Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex).

A estudo apresenta também o coeficiente de exportação da indústria brasileira, correspondente à participação das exportações no valor da produção industrial, e que alcançou 18,0% no terceiro trimestre de 2012, considerando nesse resultado o acumulado nos últimos quatro trimestres. Foi exatamente o mesmo porcentual frente ao trimestre anterior: 18,0%. Ainda assim, o coeficiente permanece significativamente abaixo do máximo histórico da série trimestral, registrado no fim de 2007, em torno de 20%. "O mercado lá fora está muito ruim, por isso as exportações não decolam", avalia Azevedo.

Acompanhe tudo sobre:CNI – Confederação Nacional da IndústriaComércioComércio exteriorImportaçõesIndústriaIndústrias em geral

Mais de Economia

Plano Real, 30 anos: Jorge Gerdau e o 'divisor de águas' no desenvolvimento do país

Após enchentes, atividade econômica no RS recua 9% em maio, estima Banco Central

Lula se reúne hoje com equipe econômica para discutir bloqueios no Orçamento deste ano

CCJ do Senado adia votação da PEC da autonomia financeira do BC

Mais na Exame