Economia

Caem as permissões para novos poços de petróleo nos EUA

Produtores de petróleo dos Estados Unidos têm corrido a toda velocidade para perfurar novos poços do produto não convencional nos últimos anos


	Exploração de petróleo: dados sugerem que a desaceleração da produção a partir do chamado "shale" norte-americano pode ter finalmente chegado
 (David McNew/Getty Images)

Exploração de petróleo: dados sugerem que a desaceleração da produção a partir do chamado "shale" norte-americano pode ter finalmente chegado (David McNew/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de dezembro de 2014 às 13h40.

Nova York - Os produtores de petróleo dos Estados Unidos têm corrido a toda velocidade para perfurar novos poços do produto não convencional nos últimos anos, mesmo diante dos preços mais baixos da commodity.

Mas novos dados sugerem que a desaceleração da produção a partir do chamado "shale" norte-americano, muito aguardada, pode ter finalmente chegado.

As autorizações para novos poços caíram 15 por cento em 12 grandes formações de "shale" no mês passado, de acordo com informação exclusiva fornecida à Reuters por DrillingInfo, uma empresa de dados da indústria.

Na semana passada, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) concordou em manter a sua cota de produção de 30 milhões de barris por dia, apesar de uma queda de 30 por cento nos preços do petróleo desde junho, o que provocou uma redução adicional na cotação desde então de aproximadamente 10 por cento.

Muitos analistas acreditam que a decisão foi diretamente dirigida aos produtores de óleo dos Estados Unidos: eles podem continuar perfurando no ritmo atual se os preços não sobem? "Atualmente, o mercado está focado no shale dos EUA como o lugar onde os gastos e a produção devem ser reduzidos", disse o analista da Wells Fargo, Roger Read, em nota na sexta-feira. "Há pouca dúvida, a nosso ver, que menores preços do petróleo e do gás vão resultar em menor gasto e produção de shale menor em 2015 e 2017", declarou.

Muitos analistas preveem que os produtores de óleo dos EUA podem manter suas taxas de produção saudáveis no primeiro semestre de 2015, em parte graças a investimentos feitos meses atrás.

Algumas empresas de serviços de petróleo têm sugerido que uma desaceleração pode estar distante, como eles continuam a comprar os principais componentes de perfuração. Mas, os dados sugerem que é provável que a produção, eventualmente, sucumba a preços mais baixos.

"O primeiro dominó é o preço, o que faz com que outras peças de dominó caiam", disse o economista Karr Ingham, que compila o Texas PetroIndex. Uma das primeiras peças a cair: o número de licenças emitidas, disse Ingham.

Texas emitiu um número recorde de licenças, de 934, antes de cair para 885 em outubro. Os 885 ainda representam mais que o dobro dos níveis vistos no mesmo mês de 2010, quando a revolução do shale estava apenas começando, mas mostra um esfriamento que não foi visto com a mesma intensidade nos últimos dois anos.

A queda no número de sondas é esperada de dois a quatro meses após um declínio nas licenças --e o crescimento da produção provavelmente começa a abrandar seis meses depois.

Acompanhe tudo sobre:CommoditiesEnergiaEstados Unidos (EUA)Países ricosPetróleo

Mais de Economia

Governo sobe previsão de déficit de 2024 para R$ 28,8 bi, com gastos de INSS e BPC acima do previsto

Lula afirma ter interesse em conversar com China sobre projeto Novas Rotas da Seda

Lula diz que ainda vai decidir nome de sucessor de Campos Neto para o BC

Mais na Exame