Economia

Cade aplica multas de R$ 120 mi a cartéis de postos

"Mutirão" da autarquia multou postos em diversas cidades, sendo que a mais penalizada foi a de Caxias do Sul


	Posto de combustível: multas resultantes do mutirão foram as maiores já aplicadas ao setor
 (Marcos Santos/USP Imagens)

Posto de combustível: multas resultantes do mutirão foram as maiores já aplicadas ao setor (Marcos Santos/USP Imagens)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de março de 2013 às 22h07.

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) condenou nesta quarta-feira diversos cartéis de postos de gasolina espalhados pelo País e aplicou multas que, somadas, chegam a R$ 120 milhões.

O órgão antitruste fez uma espécie de "mutirão" para julgar casos de conduta anticompetitiva no setor de distribuição de combustíveis nas cidades de Manaus (AM), Bauru (SP), Londrina (PR), Teresina (PI) e Caxias do Sul (RS). A maior penalidade foi aplicada para os membros do cartel identificado em Caxias do Sul, cujas multas somaram R$ 65 milhões, para 10 postos e 12 empresários.

Em Londrina, o valor total chegou a R$ 36 milhões, condenando nove postos, 10 empresários e a associação local. A soma das multas em Teresina chegou a R$ 11 milhões, seguida por Manaus (R$ 6,6 milhões) e Bauru (R$ 6,2 milhões).

"Essa foram as maiores multas já aplicadas pelo Cade ao setor de combustíveis", afirmou o presidente do órgão de defesa da concorrência, Vinícius Carvalho. "Os donos de postos estão vendo que é grande a chance de o tribunal identificar o crime e puni-lo com rigor", completou, lembrando que ainda existem processos em andamento contra supostos cartéis no setor.

A legislação brasileira estipula punições de até 20% do faturamento das empresas nesses casos, e as penas aplicadas nesta quarta-feira giraram em torno de 15% ou 17%, quando um líder do cartel foi identificado. "As multas são aplicadas com base no dano causado aos consumidores e seu impacto na economia", explicou Carvalho. "O setor de combustíveis é bastante importante para a população e para o setor produtivo, com impacto significativo na inflação", acrescentou o presidente.

Segundo Carvalho, o segmento de postos de combustíveis é o que mais recebe denúncias por má conduta comercial. Ele lembrou, no entanto, que a simples cobrança de preços iguais em várias unidades não configura o crime de cartel. "Isso não é indício suficiente, em um mercado que tem custos muito semelhantes.

Para haver condenação, há a necessidade de uma prova direta de acordo entre os empresários", explicou. Nos processos julgados nesta quarta-feira, foram utilizadas escutas telefônicas e ambientais e documentos apreendidos, como atas de sindicatos.

Acompanhe tudo sobre:CadeCartelCombustíveis

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor