Economia

Brasil tem melhor superávit comercial para junho em 6 anos

A balança comercial teve superávit de US$ 4,527 bilhões em junho, acumulando no ano saldo positivo de US$ 2,222 bilhões


	Exportações e importações: resultado de junho foi o quarto superávit consecutivo mensal do país e a melhor marca para o mês desde 2009
 (REUTERS/Andres Stapff)

Exportações e importações: resultado de junho foi o quarto superávit consecutivo mensal do país e a melhor marca para o mês desde 2009 (REUTERS/Andres Stapff)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de julho de 2015 às 16h47.

Brasília - A balança comercial brasileira teve superávit de 4,527 bilhões de dólares em junho, acumulando no ano saldo positivo de 2,222 bilhões de dólares, novamente sob influência da queda nas importações superior à observada nas exportações.

O resultado de junho foi o quarto superávit consecutivo mensal do país e a melhor marca para o mês desde 2009, quando o saldo foi positivo em 4,6 bilhões de dólares. O dado também veio acima do superávit de 4 bilhões de dólares esperado por analistas, segundo pesquisa da Reuters.

As exportações somaram 19,628 bilhões de dólares no mês passado, queda de 8,7 por cento sobre um ano antes pela média diária, impactadas pela diminuição no preço de importantes commodities da pauta brasileira.

Já as exportações somaram 15,101 bilhões de dólares no período, com recuo de 20,6 por cento pela média diária das operações.

A tendência já vinha sendo vista nos meses anteriores, com a fraqueza da economia e o aumento do dólar impactando o apetite pelos produtos importados no país.

Com isso, o resultado no acumulado do primeiro semestre do ano ficou positivo em 2,222 bilhões de dólares, sendo que até maio ele estava deficitário em 2,305 bilhões de dólares. O resultado da primeira metade do ano também superou déficit de 2,5 bilhões de dólares de igual período de 2014.

Nos seis primeiros meses deste ano, as exportações alcançaram 94,329 bilhões de dólares, queda de 14,7 por cento ante igual etapa do ano passado pela média diária. Ao mesmo tempo, as importações atingiram 92,107 bilhões de dólares, declínio anual de 18,5 por cento, também pela média diária das operações.

DESEMPENHO MENSAL

Em junho, as exportações de produtos básicos sofreram queda de 16,4 por cento em comparação ao mesmo mês de 2014, com destaque para o declínio do minério de ferro, farelo de soja e petróleo em bruto.

A categoria de semimanufaturados também mostrou recuo de 8,4 por cento no mês sobre um ano antes, enquanto as vendas de manifaturados, por outro lado, cresceram 4,1 por cento, ajudadas pelo embarque de plataforma para extração de petróleo de 690 milhões de dólares.

Já as importações foram afetadas pela menor compra de bens de capital (-21,5 por cento), matérias-primas e intermediários (-13,7 por cento) e bens de consumo (-13,7 por cento).

Apesar da balança comercial do Brasil seguir bastante afetada pela queda nos preços de commodities agrícolas e minerais, o ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro, já havia projetado em meados de junho que ela fecharia o ano com superávit de 5 bilhões a 8 bilhões de dólares, beneficiada, entre outros fatores, pelo dólar mais caro, que torna os produtos brasileiros mais competitivos no exterior.

No primeiro semestre do ano, a moeda norte-americana acumulou valorização de quase 17 por cento.

Mas, no segundo trimestre, marcou desvalorização de 2,57 por cento. Economistas de instituições financeiras projetam superávit de 4 bilhões de dólares para a balança comercial no ano, segundo estimativas mais recentes da pesquisa Focus do Banco Central, que ouve semanalmente uma centena de economistas.

Acompanhe tudo sobre:Balança comercialCâmbioComércio exteriorDólarImportaçõesMoedas

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor