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Brasil suspende importação de leite do Uruguai

Segundo Blairo Maggi, o leite uruguaio, que é mais barato, tem contribuído para a crise no setor no Brasil

Leite: o Brasil foi destino de 86% do leite uruguaio em pó desnatado e 72% do integral em 2017 (ThinkStock/Thinkstock)
AB

Agência Brasil

Publicado em 10 de outubro de 2017 às 18h58.

Brasil decidiu suspender as licenças de importação de leite do Uruguai , conforme anúncio feito hoje (10) pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, depois de reunir-se na Câmara dos Deputados com integrantes da Frente Parlamentar do Agronegócio.

Segundo o ministro, a decisão ainda será comunicada oficialmente e o Brasil enviará uma missão técnica ao Uruguai. No entanto, medidas administrativas legais estão sendo adotadas imediatamente.

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Maggi disse ainda que já havia conversado sobre o assunto com o ministro uruguaio da Agricultura, Tabaré Aguerre. Além disso, o Brasil já havia defendido a negociação de cotas de importação para atender a necessidade do mercado brasileiro.

Segundo o ministro, há a possibilidade inclusive de suspender a importação de leite do Mercosul - bloco econômico formado por Argentina, Brasil, Uruguai, Paraguai e Venezuela.

Leite uruguaio

Mais barato, o leite uruguaio, de acordo com Maggi, tem contribuído para a crise no setor no Brasil e a situação está se transformando em quase insuportável para o produtor local, em função dos custos que inviabilizam competir com o produto do país vizinho.

De acordo com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), o Brasil foi destino de 86% do leite uruguaio em pó desnatado e 72% do integral, em 2017.

Nos primeiros seis meses deste ano, já foram importadas 41.811 toneladas de leite em pó do país. A tarifa zero em vigor e a ausência de uma negociação de cota, desagradam produtores nacionais.

Setores organizados, produtores, sindicatos, associações e federações reclamam também da quantidade de leite importado do país vizinho e alegam que o Uruguai estaria exportando leite que não é produzido lá, pois a produção do país seria insuficiente para exportar a quantidade que tem chegado ao Brasil.

A suspensão, de acordo com Maggi, valerá até que seja concluída a rastreabilidade do produto e só será revertida se conseguirem comprovar que 100% do volume exportado ao país são produzidos no Uruguai.

Demonstrando preocupação com a crise vivida pelos agropecuaristas, Maggi disse que, além da suspensão das licenças de importação, cogita também a aquisição de leite para programas sociais e a alocação de recursos para que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) compre leite em pó para estocar e vender no futuro, quando os preços estiverem melhores - a questão está em discussão na Casa Civil e no Ministério do Desenvolvimento Agrário.

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