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Brasil precisa olhar para frente, diz Tombini sobre S&P

"Temos que olhar para frente e ver a implicação disso para o Brasil e ver o que temos que evitar, olhando para frente", comentou o presidente do BC

Tombini: o presidente do BC ponderou que uma dificuldade para a recomposição do colchão fiscal é o nível de arrecadação, que está aquém do ideal. Com a economia em queda, o governo tem pedido receitas (Joedson Alves/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 15 de setembro de 2015 às 14h17.

Brasília - O presidente do Banco Central , Alexandre Tombini , afirmou nesta terça-feira, 15, que o Brasil precisa olhar para frente. Tombini falou sobre o rebaixamento do Brasil pela Standard & Poor's ao mencionar os erros cometidos pelo governo no passado.

"Temos que olhar para frente e ver a implicação disso para o Brasil e ver o que temos que evitar, olhando para frente", comentou o presidente do BC. Sobre o tripé macroeconômico, Tombini disse achar "que é o modelo ideal para o Brasil no momento".

Durante audiência pública no Senado na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), o ministro afirmou que o BC tem que usar seus instrumentos para atingir os objetivos de incumbência do BC.

"Temos um arsenal de medidas e não temos preconceito; usamos instrumentos com cautela", disse. "O Banco Central tem que usar seus instrumentos para atingir os objetivos de incumbência do BC", frisou.

Arrecadação

Tombini ponderou que uma dificuldade para a recomposição do colchão fiscal é o nível de arrecadação, que está aquém do ideal. Com a economia em queda, o governo tem pedido receitas.

"Arrecadação está boa? Não, não está. Mas isso é reflexo da confiança", disse. "Temos problema fiscal e estamos atacando. O governo anunciou medidas ontem. É suficiente isso?", ponderou sem avaliar se as medidas adotadas até o momento eram suficientes para resolver a crise fiscal.

Autonomia

O presidente do Banco Central afirmou que a autarquia precisa de autonomia. "No caso do Brasil, não dá para dirigir o BC um dia sem autonomia operacional de fato", comentou.

Ainda segundo Tombini, as políticas monetária e fiscal têm que ser manejadas de forma independente.

Ao ser questionado sobre a política fiscal e sobre a utilização das reservas, Tombini se limitou a dizer que "o que falei é que, quanto mais fiscal, mais facilidade para o BC".

Sobre a possibilidade de sacar as reservas do País, o dirigente do Banco Central ressaltou que "tudo é possível, mas eu não disse vamos sacar reservas".

O ministro ressaltou que a instituição está acompanhando a poupança e afirmou que os recursos estão no sistema. "Estamos acompanhando alguns segmentos afetados por retiradas de poupanças", enfatizou.

Resposta a críticas

Em resposta a críticas de parlamentares, o presidente do BC argumentou que, em 2014, havia um cenário de dominância fiscal, com pouco espaço para a política monetária atuar de forma efetiva.

Ele fez a ponderação depois de ser questionado se havia pautado sua estratégia em decorrência das eleições presidenciais do ano passado, quando a presidente Dilma Rousseff foi reeleita.

Agora, segundo ele, o quadro não é mais esse. "Não há um cenário de dominância fiscal. A política monetária tem de atuar", defendeu.

"Do ponto de vista das condições iniciais, a dominância fiscal é basicamente você não poder usar um instrumento de política monetária porque aumenta a dinâmica de endividamento, há mais desvalorização da moeda e mais pressão por subir juros, o que vira um ciclo vicioso", explicou.

"Não há saída fácil", afirmou. Tombini argumentou ainda que o BC tem conseguido manter expectativa "lá na frente" bem ancorada para a inflação e garantiu que "não há voluntarismo do BC que baixe taxa de juros no mercado".

Ônus do ajuste

O presidente do BC avaliou ainda que o País está sentido os ônus do ajuste, mas não os benefícios. "Como nós vimos, o que move as taxas de mercado não é necessariamente a política monetária, mas há outros componentes como os prêmios de risco", disse.

Tombini ainda considerou que o efeito do câmbio sobre o resultado fiscal é positivo. Ele lembrou que entre perdas e ganhos com a política de reservas cambiais e o programa de swaps cambiais, o BC repassou para o Tesouro, no primeiro semestre, R$ 83,5 bilhões - recursos que serão utilizados para abatimento de dívida e não podem ser usados para formação de superávit primário. "Obviamente a depreciação do real gera pressão inflacionária, mas nada vem grátis", comentou.

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Brasília - O presidente do Banco Central , Alexandre Tombini , afirmou nesta terça-feira, 15, que o Brasil precisa olhar para frente. Tombini falou sobre o rebaixamento do Brasil pela Standard & Poor's ao mencionar os erros cometidos pelo governo no passado.

"Temos que olhar para frente e ver a implicação disso para o Brasil e ver o que temos que evitar, olhando para frente", comentou o presidente do BC. Sobre o tripé macroeconômico, Tombini disse achar "que é o modelo ideal para o Brasil no momento".

Durante audiência pública no Senado na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), o ministro afirmou que o BC tem que usar seus instrumentos para atingir os objetivos de incumbência do BC.

"Temos um arsenal de medidas e não temos preconceito; usamos instrumentos com cautela", disse. "O Banco Central tem que usar seus instrumentos para atingir os objetivos de incumbência do BC", frisou.

Arrecadação

Tombini ponderou que uma dificuldade para a recomposição do colchão fiscal é o nível de arrecadação, que está aquém do ideal. Com a economia em queda, o governo tem pedido receitas.

"Arrecadação está boa? Não, não está. Mas isso é reflexo da confiança", disse. "Temos problema fiscal e estamos atacando. O governo anunciou medidas ontem. É suficiente isso?", ponderou sem avaliar se as medidas adotadas até o momento eram suficientes para resolver a crise fiscal.

Autonomia

O presidente do Banco Central afirmou que a autarquia precisa de autonomia. "No caso do Brasil, não dá para dirigir o BC um dia sem autonomia operacional de fato", comentou.

Ainda segundo Tombini, as políticas monetária e fiscal têm que ser manejadas de forma independente.

Ao ser questionado sobre a política fiscal e sobre a utilização das reservas, Tombini se limitou a dizer que "o que falei é que, quanto mais fiscal, mais facilidade para o BC".

Sobre a possibilidade de sacar as reservas do País, o dirigente do Banco Central ressaltou que "tudo é possível, mas eu não disse vamos sacar reservas".

O ministro ressaltou que a instituição está acompanhando a poupança e afirmou que os recursos estão no sistema. "Estamos acompanhando alguns segmentos afetados por retiradas de poupanças", enfatizou.

Resposta a críticas

Em resposta a críticas de parlamentares, o presidente do BC argumentou que, em 2014, havia um cenário de dominância fiscal, com pouco espaço para a política monetária atuar de forma efetiva.

Ele fez a ponderação depois de ser questionado se havia pautado sua estratégia em decorrência das eleições presidenciais do ano passado, quando a presidente Dilma Rousseff foi reeleita.

Agora, segundo ele, o quadro não é mais esse. "Não há um cenário de dominância fiscal. A política monetária tem de atuar", defendeu.

"Do ponto de vista das condições iniciais, a dominância fiscal é basicamente você não poder usar um instrumento de política monetária porque aumenta a dinâmica de endividamento, há mais desvalorização da moeda e mais pressão por subir juros, o que vira um ciclo vicioso", explicou.

"Não há saída fácil", afirmou. Tombini argumentou ainda que o BC tem conseguido manter expectativa "lá na frente" bem ancorada para a inflação e garantiu que "não há voluntarismo do BC que baixe taxa de juros no mercado".

Ônus do ajuste

O presidente do BC avaliou ainda que o País está sentido os ônus do ajuste, mas não os benefícios. "Como nós vimos, o que move as taxas de mercado não é necessariamente a política monetária, mas há outros componentes como os prêmios de risco", disse.

Tombini ainda considerou que o efeito do câmbio sobre o resultado fiscal é positivo. Ele lembrou que entre perdas e ganhos com a política de reservas cambiais e o programa de swaps cambiais, o BC repassou para o Tesouro, no primeiro semestre, R$ 83,5 bilhões - recursos que serão utilizados para abatimento de dívida e não podem ser usados para formação de superávit primário. "Obviamente a depreciação do real gera pressão inflacionária, mas nada vem grátis", comentou.

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