Exame Logo

Brasil pode ir à OMC no caso da vaca louca

Governo fixa março de 2013 como prazo para que países retirem restrições à carne brasileira. Segundo governo, o caso detectado no Paraná foi isolado e sem consequências

Abatedouro no Brasil: a Organização Mundial para a Saúde Animal analisou o caso e não mudou a classificação de risco do país, que permanece a melhor possível (Paulo Whitaker/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 22 de dezembro de 2012 às 10h57.

São Paulo - O secretário da Defesa Agropecuária do Brasil, Ênio Marques, fixou prazo até março de 2013 para que todos os países retirem os embargos contra a carne bovina brasileira em razão do caso de mal da vaca louca registrado em 2010 e revelado há poucas semanas. Depois disso, disse Marques nesta sexta-feira, na sede da Organização Mundial para a Saúde Animal (OIE), em Paris, o país vai denunciar esses países à Organização Mundial do Comércio (OMC).

Por ora, Japão, China, Coreia do Sul, Egito, África do Sul e Arábia Saudita impuseram restrições à carne brasileira em razão de um caso de contaminação pela proteína príon, agente da encefalopatia esfongiforme bovina (BSE), mais conhecida como mal da vaca louca.

O animal, de 13 anos de idade, não morreu em função da doença. Mas amostras coletadas em 2010 na cidade de Sertanópolis, no interior do Paraná, e analisadas em 2012 indicaram a presença da proteína, despertando a mobilização do Ministério da Agricultura em junho passado.

Informada oficialmente pelo governo brasileiro, a OIE analisou o caso e, apesar do longo tempo transcorrido até a notificação da comunidade internacional, não vê razões para alterar o status do Brasil na classificação de risco de epidemia da doença. Junto de 18 outros, o país integra a categoria "risco negligenciável", a mais segura, segundo a organização.

Certo de que não há razões para embargos, o governo deve partir para o ataque. Nas últimas semanas, uma comitiva liderada por Ênio Marques está fazendo uma cruzada internacional para explicar que o caso de contaminação foi isolado, espontâneo - a proteína teria sido produzida pelo próprio animal, e não ingerida - e sem consequências.

A estratégia de diálogo, que passa também pelo Ministério das Relações Exteriores, deve ser usada até março. Se os embargos forem mantidos, o Brasil partirá para o confronto contra esses países. "Se até março não cancelarem os embargos, nós vamos apresentar uma reclamação formal à Organização Mundial do Comércio (OMC)", disse Marques. "Março é nosso deadline", afirmou o secretário.

De acordo com o secretário, o impacto econômico dos embargos ainda é pequeno, já que o Egito, um grande importador de carne bovina brasileira, só restringiu a compra da produção do Paraná. O prejuízo, porém, se agravará se a Rússia vier a anunciar um boicote, porque o país é responsável por 20% do 1,1 milhão de toneladas de carne bovina exportadas pelo Brasil.

Outra preocupação é Hong Kong, que importa 13% do total, mas que por ora não aderiu ao embargo chinês. Japão, China e África do Sul respondem por entre 0,3% e 0,6% das exportações brasileiras de carne bovina. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo

Veja também

São Paulo - O secretário da Defesa Agropecuária do Brasil, Ênio Marques, fixou prazo até março de 2013 para que todos os países retirem os embargos contra a carne bovina brasileira em razão do caso de mal da vaca louca registrado em 2010 e revelado há poucas semanas. Depois disso, disse Marques nesta sexta-feira, na sede da Organização Mundial para a Saúde Animal (OIE), em Paris, o país vai denunciar esses países à Organização Mundial do Comércio (OMC).

Por ora, Japão, China, Coreia do Sul, Egito, África do Sul e Arábia Saudita impuseram restrições à carne brasileira em razão de um caso de contaminação pela proteína príon, agente da encefalopatia esfongiforme bovina (BSE), mais conhecida como mal da vaca louca.

O animal, de 13 anos de idade, não morreu em função da doença. Mas amostras coletadas em 2010 na cidade de Sertanópolis, no interior do Paraná, e analisadas em 2012 indicaram a presença da proteína, despertando a mobilização do Ministério da Agricultura em junho passado.

Informada oficialmente pelo governo brasileiro, a OIE analisou o caso e, apesar do longo tempo transcorrido até a notificação da comunidade internacional, não vê razões para alterar o status do Brasil na classificação de risco de epidemia da doença. Junto de 18 outros, o país integra a categoria "risco negligenciável", a mais segura, segundo a organização.

Certo de que não há razões para embargos, o governo deve partir para o ataque. Nas últimas semanas, uma comitiva liderada por Ênio Marques está fazendo uma cruzada internacional para explicar que o caso de contaminação foi isolado, espontâneo - a proteína teria sido produzida pelo próprio animal, e não ingerida - e sem consequências.

A estratégia de diálogo, que passa também pelo Ministério das Relações Exteriores, deve ser usada até março. Se os embargos forem mantidos, o Brasil partirá para o confronto contra esses países. "Se até março não cancelarem os embargos, nós vamos apresentar uma reclamação formal à Organização Mundial do Comércio (OMC)", disse Marques. "Março é nosso deadline", afirmou o secretário.

De acordo com o secretário, o impacto econômico dos embargos ainda é pequeno, já que o Egito, um grande importador de carne bovina brasileira, só restringiu a compra da produção do Paraná. O prejuízo, porém, se agravará se a Rússia vier a anunciar um boicote, porque o país é responsável por 20% do 1,1 milhão de toneladas de carne bovina exportadas pelo Brasil.

Outra preocupação é Hong Kong, que importa 13% do total, mas que por ora não aderiu ao embargo chinês. Japão, China e África do Sul respondem por entre 0,3% e 0,6% das exportações brasileiras de carne bovina. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo

Acompanhe tudo sobre:AgronegócioAgropecuáriaIndústriaOMC – Organização Mundial do Comércio

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Economia

Mais na Exame