Ana Botín, do Santander: executiva demonstra otimismo com o país (Juan Medina/Reuters)
Repórter especial de Macroeconomia
Publicado em 30 de outubro de 2023 às 10h00.
Última atualização em 30 de outubro de 2023 às 12h15.
MADRI, ESPANHA — A América Latina está melhor que o resto do mundo e o Brasil pode entrar em um ciclo virtuoso não visto há anos. A avaliação otimista para a região e para o país foi apresentada pela presidente do conselho do Grupo Santander, Ana Botín.
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"No Brasil, a redução do custo da dívida interna vai ajudar as contas fiscais. Podemos ter o cenário de o Brasil entrar em um ciclo virtuoso com não vemos em anos com uma moeda sólida, com baixa de juros e com espaço fiscal para simplificar o sistema tributário e poder investir mais", disse Ana, durante encontro com jornalistas da América Latina
Ana relembrou que o Banco Central brasileiro foi um dos primeiros a subir juros e já iniciou o processo de queda, o que pode favorecer as contas públicas.
Questionada pela EXAME se há risco de o ciclo de cortes ser interrompido após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizar que pode abandonar a meta de zerar o déficit em 2024, Ana mostrou novamente otimismo.
"O Brasil vai crescer 3%. O mais importante é que voltemos a crescer. As contas fiscais vão se equilibrar se formos capazes de crescer, uma vez que existam receitas. O Brasil tem instituições fortes, não apenas o Banco Central, mas também políticas, com muitos "checks, and balances", como o Congresso. É um país que quase sempre chega a consensos", afirmou
Ana também destacou que o Brasil tem inflação controlada, uma matriz energética limpa considerada uma vantagem competitiva e fez reformas digitais, como o Pix, que podem aumentar a produtividade. "Nossa perspectiva é muito positiva em relação ao Brasil", afirmou.
*O repórter viajou a convite do Santander