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Brasil já cumpriu 25% da meta fiscal

Relatório mostra que União, Estados e municípios economizaram R$ 35,5 bilhões em janeiro e fevereiro

Túlio Maciel: "Há um quadro favorável para o cumprimento da meta no ano" (Elza Fiúza/ABr)
DR

Da Redação

Publicado em 3 de maio de 2012 às 15h51.

Brasília - O setor público já cumpriu 25% da meta de economia para pagamento de juros da dívida, o chamado superávit primário, neste ano.

Relatório apresentado sexta-feira pelo Banco Central mostra que União, Estados e municípios economizaram R$ 35,5 bilhões em janeiro e fevereiro, um quarto dos R$ 139,8 bilhões previstos para 2012.

Esse é o maior porcentual de economia em um primeiro bimestre desde 2008. Em igual período de 2011, por exemplo, o esforço correspondeu a 20% da meta.

A retomada do crescimento mais forte da economia, com reflexo na arrecadação, e alguma moderação dos gastos públicos são apontados pelo chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, como a causa dos bons números.

"O desempenho fiscal é consistente, e a perspectiva é de que, na medida em que a economia ganhe fôlego, isso se consolide", disse, ao explicar que a expansão da atividade aumenta a arrecadação de impostos, o que ajuda nas contas. "Há um quadro favorável para o cumprimento da meta no ano."

Ao apresentar os dados do bimestre, Maciel avaliou que o comportamento das contas públicas voltou a ser semelhante ao visto antes da crise de 2008. Ou seja, algo mais próximo do considerado "normal" pela equipe econômica. Alguns economistas do setor privado fazem avaliação parecida.

"Algumas receitas até são pontuais e não devem se repetir ao longo do ano, mas é preciso reconhecer que há algum esforço na contenção das despesas. Não é uma queda, mas os gastos têm crescido em ritmo menor", diz o analista da Rosenberg & Associados, Rafael Bistafa. No primeiro bimestre, enquanto as receitas do governo aumentaram 14,2%, os gastos avançaram 9,5%.

Em análise semelhante, a LCA Consultores diz que o resultado reforça a aposta de que será possível cumprir a meta do ano. "Avaliamos que o governo deverá entregar um primário próximo de 3% do PIB para deixar espaço para que o BC siga cortando a taxa Selic até, pelo menos, abril", cita a consultoria em relatório. Bistafa, da Rosenberg, diz que os gastos moderados são um dos fatores que sustentam o corte da Selic. "Isso está na conta", diz.

Juros. Além das receitas em alta e das despesas em ritmo mais moderado, Tulio Maciel chamou atenção para o pagamento de juros: foram R$ 37,93 bilhões aos credores da dívida pública no bimestre, valor 1,2% menor que o visto um ano antes. "A tendência é que isso se repita. A despesa de juros em 2012 será menor que no ano passado", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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Brasília - O setor público já cumpriu 25% da meta de economia para pagamento de juros da dívida, o chamado superávit primário, neste ano.

Relatório apresentado sexta-feira pelo Banco Central mostra que União, Estados e municípios economizaram R$ 35,5 bilhões em janeiro e fevereiro, um quarto dos R$ 139,8 bilhões previstos para 2012.

Esse é o maior porcentual de economia em um primeiro bimestre desde 2008. Em igual período de 2011, por exemplo, o esforço correspondeu a 20% da meta.

A retomada do crescimento mais forte da economia, com reflexo na arrecadação, e alguma moderação dos gastos públicos são apontados pelo chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, como a causa dos bons números.

"O desempenho fiscal é consistente, e a perspectiva é de que, na medida em que a economia ganhe fôlego, isso se consolide", disse, ao explicar que a expansão da atividade aumenta a arrecadação de impostos, o que ajuda nas contas. "Há um quadro favorável para o cumprimento da meta no ano."

Ao apresentar os dados do bimestre, Maciel avaliou que o comportamento das contas públicas voltou a ser semelhante ao visto antes da crise de 2008. Ou seja, algo mais próximo do considerado "normal" pela equipe econômica. Alguns economistas do setor privado fazem avaliação parecida.

"Algumas receitas até são pontuais e não devem se repetir ao longo do ano, mas é preciso reconhecer que há algum esforço na contenção das despesas. Não é uma queda, mas os gastos têm crescido em ritmo menor", diz o analista da Rosenberg & Associados, Rafael Bistafa. No primeiro bimestre, enquanto as receitas do governo aumentaram 14,2%, os gastos avançaram 9,5%.

Em análise semelhante, a LCA Consultores diz que o resultado reforça a aposta de que será possível cumprir a meta do ano. "Avaliamos que o governo deverá entregar um primário próximo de 3% do PIB para deixar espaço para que o BC siga cortando a taxa Selic até, pelo menos, abril", cita a consultoria em relatório. Bistafa, da Rosenberg, diz que os gastos moderados são um dos fatores que sustentam o corte da Selic. "Isso está na conta", diz.

Juros. Além das receitas em alta e das despesas em ritmo mais moderado, Tulio Maciel chamou atenção para o pagamento de juros: foram R$ 37,93 bilhões aos credores da dívida pública no bimestre, valor 1,2% menor que o visto um ano antes. "A tendência é que isso se repita. A despesa de juros em 2012 será menor que no ano passado", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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