Brasil e Argentina estabelecem "linha direta" nas relações comerciais
O Brasil é o principal parceiro comercial da Argentina, mas a relação entre os países ficou estremecida após a eleição do peronista Alberto Fernández
EFE
Publicado em 27 de dezembro de 2019 às 06h09.
Buenos Aires - O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo , e o chanceler da Argentina , Felipe Solá, tiveram nesta quinta-feira (26) uma extensa conversa na qual concordaram em estabelecer uma linha direta para discutir políticas comuns de relações comerciais entre os dois países, informaram fontes oficiais.
"A relação entre Argentina e Brasil é entre dois países irmãos que historicamente mantêm frutíferas relações comerciais, culturais e políticas", disse o ministro argentino, sobre uma teleconferência com Araújo que durou cerca de 1h30.
Em um comunicado, a chancelaria argentina disse que Araújo convidou Solá para uma visita a Brasília no mês de janeiro.
O Brasil é o principal parceiro comercial da Argentina, mas a relação entre os dois países ficou estremecida após a vitória nas eleições do peronista Alberto Fernández, com quem o presidente Jair Bolsonaro, tem profundas diferenças ideológicas.
Após a confirmação da vitória de Fernández, Bolsonaro disse que a Argentina fez uma "má escolha". Além disso, não compareceu a posse, sendo representado pelo vice Hamilton Mourão.
Os ministros concordaram com a necessidade de dar importância à participação dos setores privados nas negociações comerciais entre os dois países e fortalecer o Mercosul.
Nesse sentido, Araújo afirmou que o Brasil estava disposto a aprovar o acordo de livre-comércio assinado em junho entre o Mercosul e a União Europeia, que ainda não entrou em vigor, já que deve ser ratificado nos parlamentos dos países-membros.
Por sua vez, Solá vinculou esse ponto ao impacto sobre a indústria argentina e à opinião de empresários e trabalhadores.
Da mesma forma, os dois ministros decidiram discutir as reduções da Tarifa Externa Comum do Mercosul (TEC) setor por setor, em consulta com os possíveis afetados. EFE