Brasil é 9º no Índice Big Mac, que mostra real subvalorizado
Brasil cai 5 posições em índice Big Mac; pela primeira vez em muito tempo, real está subvalorizado em relação ao dólar
João Pedro Caleiro
Publicado em 21 de julho de 2015 às 15h34.
São Paulo - O Brasil caiu da 4ª para a 9ª posição entre os Big Macs relativamente mais caros do mundo, de acordo com a revista britânica The Economist .
O Índice Big Mac calcula semestralmente desde 1986 os preços do hambúrguer em vários países para determinar quais moedas estão valorizadas demais (ou de menos) em relação ao dólar .
Nos últimos anos, o real se destacava sempre nos primeiros lugares como uma moeda sobrevalorizada, mas seu ciclo de enfraquecimento em relação ao dólar mudou este cenário.
Em janeiro, o Brasil estava com o câmbio em R$ 2,59, sobrevalorizado em 8,7%. Há um ano atrás, a sobrevalorização era ainda maior: 22%.
Já os últimos números mostram que um Big Mac de R$ 13,50 significa US$ 4,28 com uma cotação de R$ 3,15. É uma subvalorização de 10,6%, já que um Big Mac custa US$ 4,79 nos Estados Unidos.
O primeiro lugar continua com a Suíça, com 42,4% de sobrevalorização. Também tem moedas mais fortes do que o equilíbrio esperado a Noruega (+17,9%), Suécia (+7%) e Dinamarca (+6%).
De forma geral, o dólar está se fortalecendo, o que faz com que todos os outros 38 países tenham moeda subvalorizada. Nas últimas posições ficam Rússia (subvalorizada em 60,7%), Índia (-61,7%), Ucrânia (-67,7%) e Venezuela (-86%).
Metodologia
O Índice Big Mac não tem pretensão científica e é "meramente uma ferramenta para tornar a teoria de taxas de câmbio mais palatável", segundo a própria revista.
De acordo com a noção de paridade de poder de compra, as taxas de câmbio tendem a caminhar no longo prazo para que um mesmo bem ou serviço - no caso, o Big Mac - fique com o mesmo preço em dólar em qualquer país. Essa equalização ocorreria por aqui se um dólar valesse hoje R$ 2,82 e não R$ 3,15.
O método, incluído em livros didáticos e tema de mais de 20 trabalhos acadêmicos, foi criticado por não levar em conta o fato de que países mais pobres tem em geral menor custo de mão de obra - e, portanto, preços menores.
Em resposta, a Economist criou um segundo índice ajustado que incorpora o PIB per capita. Com este critério, o Brasil é primeiro lugar absoluto, com um Big Mac 35,1% mais caro do que seria esperado.
São Paulo - O Brasil caiu da 4ª para a 9ª posição entre os Big Macs relativamente mais caros do mundo, de acordo com a revista britânica The Economist .
O Índice Big Mac calcula semestralmente desde 1986 os preços do hambúrguer em vários países para determinar quais moedas estão valorizadas demais (ou de menos) em relação ao dólar .
Nos últimos anos, o real se destacava sempre nos primeiros lugares como uma moeda sobrevalorizada, mas seu ciclo de enfraquecimento em relação ao dólar mudou este cenário.
Em janeiro, o Brasil estava com o câmbio em R$ 2,59, sobrevalorizado em 8,7%. Há um ano atrás, a sobrevalorização era ainda maior: 22%.
Já os últimos números mostram que um Big Mac de R$ 13,50 significa US$ 4,28 com uma cotação de R$ 3,15. É uma subvalorização de 10,6%, já que um Big Mac custa US$ 4,79 nos Estados Unidos.
O primeiro lugar continua com a Suíça, com 42,4% de sobrevalorização. Também tem moedas mais fortes do que o equilíbrio esperado a Noruega (+17,9%), Suécia (+7%) e Dinamarca (+6%).
De forma geral, o dólar está se fortalecendo, o que faz com que todos os outros 38 países tenham moeda subvalorizada. Nas últimas posições ficam Rússia (subvalorizada em 60,7%), Índia (-61,7%), Ucrânia (-67,7%) e Venezuela (-86%).
Metodologia
O Índice Big Mac não tem pretensão científica e é "meramente uma ferramenta para tornar a teoria de taxas de câmbio mais palatável", segundo a própria revista.
De acordo com a noção de paridade de poder de compra, as taxas de câmbio tendem a caminhar no longo prazo para que um mesmo bem ou serviço - no caso, o Big Mac - fique com o mesmo preço em dólar em qualquer país. Essa equalização ocorreria por aqui se um dólar valesse hoje R$ 2,82 e não R$ 3,15.
O método, incluído em livros didáticos e tema de mais de 20 trabalhos acadêmicos, foi criticado por não levar em conta o fato de que países mais pobres tem em geral menor custo de mão de obra - e, portanto, preços menores.
Em resposta, a Economist criou um segundo índice ajustado que incorpora o PIB per capita. Com este critério, o Brasil é primeiro lugar absoluto, com um Big Mac 35,1% mais caro do que seria esperado.