São Paulo - O Brasil caiu seis posições e ficou no 81º lugar na edição de 2016 do ranking de competitividade do Fórum Econômico Mundial , feito em parceria com a Fundação Dom Cabral e lançado nesta terça-feira (27).
É o pior resultado do Brasil no ranking global desde que a Fundação Dom Cabral passou a ser responsável pela coleta e análise dos dados brasileiros, em 1996. O país chegou a ficar em 48º lugar em 2012 e vem caindo desde então.
O Brasil se manteve atrás de todos os outros BRICS e até de economias como Vietnã (60º), Ruanda (52º), Guatemala (78º) e Sri Lanka (71º). Outros países também tiveram quedas expressivas, como Malásia (de 18º para 25º), Portugal (de 38º para 46º) e Cazaquistão (de 42º para 53º).
Os dez países mais competitivos do mundo foram mantidos neste ano em relação a 2015, encabeçados por Suíça, Singapura, Estados Unidos, Holanda e Alemanha, nesta ordem.
Na América do Sul, o Brasil ficou atrás de quatro países: Chile (33º), Colômbia (61º), Peru (67º) e Uruguai (73º). Já a Argentina ficou em 104º, a Bolívia em 121º, o Equador em 91º, o Paraguai em 117º e a Venezuela em 130º.
Veja abaixo a trajetória do Brasil:
Edição | Posição no ranking |
---|
2006 | 66º |
2007 | 72º |
2008 | 64º |
2009 | 56º |
2010 | 58º |
2011 | 53º |
2012 | 48º |
2013 | 56º |
2014 | 57º |
2015 | 75º |
2016 | 81º |
O Fórum Econômico Mundial define competitividade como o conjunto de instituições, políticas e fatores que determinam o nível de produtividade de um país. O relatório analisa 118 variáveis em 12 pilares, dos quais o Brasil teve piora em seis. Neste ano, o levantamento foi feito com 138 países.
As pioras mais acentuadas do Brasil foram nos pilares “desenvolvimento do mercado financeiro” —em que o país saiu da 58º posição em 2015 para o 93º lugar em 2016— e “inovação” (de 84º para 100º).
Já os dois pilares em que o Brasil mais ganhou posições foram “educação superior e treinamento” (de 93º em 2015 para 84º em 2016) e “eficiência do mercado de trabalho” (de 122º para 117º) —ainda assim o país está bem distante das primeiras colocações nesses dois quesitos.
Clima ruim
Assim como em 2015, o que pesou bastante neste ano foi o clima negativo do país, já que grande parte das notas vem de um questionário respondido por empresários entre março e maio e que revelou uma postura bem crítica.
“Esse questionário é responsável por um terço da nota do país no levantamento”, disse Carlos Arruda, professor da Fundação Dom Cabral e coordenador da pesquisa no Brasil. “Quando foi feito o questionamento, os empresários tinham um ponto de vista negativo por causa da instabilidade política. Isso afetou a nota brasileira.”
Segundo ele, o desempenho do Brasil no ranking deve melhorar nos próximos anos. “As pessoas, hoje, já voltaram a acreditar mais no país, estão mais otimistas com as reformas que têm sido discutidas pelo atual governo e que devem sair do papel em breve.”
Arruda defende que o desenvolvimento da competitividade brasileira só será possível a partir da incorporação de tecnologias, amadurecimento das empresas e empresários, aumento da produtividade e ganhos de comércio internacional, via uma agenda clara e transparente do governo.
Efeito global
No geral, a avaliação do professor é que de a perda de produtividade global é um dos maiores obstáculos para a competitividade e para o desenvolvimento dos países.
Para ele, o resultado do ranking deixa claro o fim do ciclo de produtividade baseado na microeletrônica e na automação, chamando a atenção para o crescimento da digitalização —a chamada "Indústria 4.0" ou "Smart Industry".
Outro ponto destacado é o menor nível de globalização. “O mundo passa por uma turbulência nacionalista. A Brexit na Europa e o ganho de espaço de Donald Trump nos EUA são consequências disso. Esse isolamento pode gerar um efeito em cadeia negativo, impactando também o Brasil, que teria mais dificuldade para desenvolver sua competitividade em um mundo menos aberto”, disse.
Para 2016, o Fórum Econômico Mundial projeta um crescimento da economia global inferior a 2,5%.
- 1. Acima da média
1 /16(Germano Luders/Exame)
São Paulo - Pelo quinto ano consecutivo, a consultoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU), o Centro de Liderança Pública (CLP) e a Tendências Consultoria analisaram a
competitividade de cada uma das 27 unidades da federação. As quatro primeiras colocações foram mantidas:
São Paulo segue na liderança, seguido por Paraná, Santa Catarina e o Distrito Federal. Em quinto, ficou o Mato Grosso do Sul, roubando o lugar que era do Espírito Santo no ano passado. Foram analisados 65 itens em 10 pilares estratégicos: segurança pública; eficiência da máquina pública; sustentabilidade social; capital humano;
infraestrutura ; inovação;
educação ; potencial de mercado; solidez fiscal e sustentabilidade ambiental. Um balanço final gerou uma nota de 0 a 100 para cada estado. Veja nas fotos quais foram os 13 estados que ficaram acima da média brasileira, de 50,2 pontos, e no final, a lista dos 14 que ficaram abaixo.
- 2. 1. São Paulo
2 /16(Google Maps/Reprodução)
Indicadores | Pontuação | Posição no ranking |
---|
Geral | 88,9 | 1º |
Infraestrutura | 100 | 1º |
Sustentabilidade Social | 94,3 | 2º |
Segurança Pública | 94,2 | 2 |
Educação | 100 | 1º |
Solidez Fiscal | 49,5 | 15º |
Eficiência da Máquina Pública | 99,8 | 2º |
Capital Humano | 71,5 | 3º |
Sustentabilidade Ambiental | 82,1 | 5º |
Potencial de Mercado | 100 | 1º |
Inovação | 100 | 1º |
- 3. 2. Paraná
3 /16(Thinkstock/ Ziviani)
Indicadores | Pontuação | Posição no ranking |
---|
Geral | 76,9 | 2º |
Infraestrutura | 65 | 5º |
Sustentabilidade Social | 89,6 | 3º |
Segurança Pública | 100 | 1º |
Educação | 83,2 | 4º |
Solidez Fiscal | 73,9 | 5º |
Eficiência da Máquina Pública | 99,6 | 3º |
Capital Humano | 55,1 | 9º |
Sustentabilidade Ambiental | 96 | 2º |
Potencial de Mercado | 30,3 | 17º |
Inovação | 58,1 | 5º |
- 4. 3. Santa Catarina
4 /16(Michel Teo Sin/EXAME)
Indicadores | Pontuação | Posição no ranking |
---|
Geral | 74,3 | 3º |
Infraestrutura | 65,1 | 4º |
Sustentabilidade Social | 100 | 1º |
Segurança Pública | 91,5 | 4º |
Educação | 85,7 | 3º |
Solidez Fiscal | 64,5 | 10º |
Eficiência da Máquina Pública | 92,7 | 7º |
Capital Humano | 68 | 6º |
Sustentabilidade Ambiental | 57,9 | 9º |
Potencial de Mercado | 28,9 | 19º |
Inovação | 64,9 | 3º |
- 5. 4. Distrito Federal
5 /16(Agência Brasil)
Indicadores | Pontuação | Posição no ranking |
---|
Geral | 66,8 | 4º |
Infraestrutura | 54,3 | 10º |
Sustentabilidade Social | 86,7 | 5º |
Segurança Pública | 54,5 | 20º |
Educação | 77,5 | 5º |
Solidez Fiscal | 39,7 | 19º |
Eficiência da Máquina Pública | 92,8 | 6º |
Capital Humano | 87,9 | 2º |
Sustentabilidade Ambiental | 100 | 1º |
Potencial de Mercado | 40,9 | 13º |
Inovação | 45,4 | 6º |
- 6. 5. Mato Grosso do Sul
6 /16(Flickr/Renan de Oliveira Teles)
Indicadores | Pontuação | Posição no ranking |
---|
Geral | 65,1 | 5º |
Infraestrutura | 62,4 | 7º |
Sustentabilidade Social | 71,9 | 9º |
Segurança Pública | 67,9 | 14º |
Educação | 60,7 | 11º |
Solidez Fiscal | 92,9 | 3º |
Eficiência da Máquina Pública | 81,8 | 12º |
Capital Humano | 60,5 | 7º |
Sustentabilidade Ambiental | 49,4 | 12º |
Potencial de Mercado | 58,1 | 7º |
Inovação | 23,7 | 10º |
- 7. 6. Espírito Santo
7 /16(Carlos Antolini/Prefeitura de Vitória)
Indicadores | Pontuação | Posição no ranking |
---|
Geral | 62,6 | 6º |
Infraestrutura | 49,8 | 13º |
Sustentabilidade Social | 71,1 | 10º |
Segurança Pública | 74,2 | 11º |
Educação | 77 | 6º |
Solidez Fiscal | 62,9 | 11º |
Eficiência da Máquina Pública | 100 | 1º |
Capital Humano | 58,4 | 8º |
Sustentabilidade Ambiental | 60,2 | 8º |
Potencial de Mercado | 39,8 | 14º |
Inovação | 16 | 13º |
- 8. 7. Minas Gerais
8 /16(Thinkstock/filipefrazao)
Indicadores | Pontuação | Posição no ranking |
---|
Geral | 57,5 | 7º |
Infraestrutura | 63,3 | 6º |
Sustentabilidade Social | 81,2 | 7º |
Segurança Pública | 76,5 | 9º |
Educação | 87,6 | 2º |
Solidez Fiscal | 0 | 27º |
Eficiência da Máquina Pública | 94,4 | 5º |
Capital Humano | 51,2 | 11º |
Sustentabilidade Ambiental | 57,5 | 10º |
Potencial de Mercado | 0,2 | 26º |
Inovação | 44,5 | 7º |
- 9. 8. Rio de Janeiro
9 /16(Thinkstock)
Indicadores | Pontuação | Posição no ranking |
---|
Geral | 56,7 | 8º |
Infraestrutura | 29,2 | 23º |
Sustentabilidade Social | 81,9 | 6º |
Segurança Pública | 51,6 | 22º |
Educação | 67,3 | 9º |
Solidez Fiscal | 17,7 | 24º |
Eficiência da Máquina Pública | 82 | 11º |
Capital Humano | 100 | 1º |
Sustentabilidade Ambiental | 70,8 | 6º |
Potencial de Mercado | 26,6 | 21º |
Inovação | 60,9 | 4º |
- 10. 9. Rio Grande do Sul
10 /16(Eurivan Barbosa/ Wikimedia Commons)
Indicadores | Pontuação | Posição no ranking |
---|
Geral | 55,5 | 9º |
Infraestrutura | 36,4 | 21º |
Sustentabilidade Social | 89,5 | 4º |
Segurança Pública | 77,2 | 8º |
Educação | 75 | 7º |
Solidez Fiscal | 0,2 | 26º |
Eficiência da Máquina Pública | 99,5 | 4º |
Capital Humano | 43,2 | 14º |
Sustentabilidade Ambiental | 44,9 | 17º |
Potencial de Mercado | 11,1 | 24º |
Inovação | 77,9 | 2º |
- 11. 10. Mato Grosso
11 /16(Marcos Vergueiro/Prefeitura de Cuiabá/Divulgação)
Indicadores | Pontuação | Posição no ranking |
---|
Geral | 55 | 10º |
Infraestrutura | 49,7 | 14º |
Sustentabilidade Social | 63,4 | 11º |
Segurança Pública | 62,5 | 18º |
Educação | 52,6 | 15º |
Solidez Fiscal | 73,7 | 6º |
Eficiência da Máquina Pública | 72,5 | 13º |
Capital Humano | 51,2 | 10º |
Sustentabilidade Ambiental | 9,4 | 25º |
Potencial de Mercado | 84,5 | 2º |
Inovação | 8,8 | 19º |
- 12. 11. Roraima
12 /16(Divulgação/Facebook/Prefeitura de Boa Vista/Divulgação)
Indicadores | Pontuação | Posição no ranking |
---|
Geral | 54,6 | 11º |
Infraestrutura | 42,5 | 19º |
Sustentabilidade Social | 40,1 | 17º |
Segurança Pública | 93,2 | 3º |
Educação | 33,1 | 17º |
Solidez Fiscal | 100 | 1º |
Eficiência da Máquina Pública | 20,4 | 22º |
Capital Humano | 26,3 | 22º |
Sustentabilidade Ambiental | 84,8 | 3º |
Potencial de Mercado | 75,7 | 3º |
Inovação | 1 | 26º |
- 13. 12. Goiás
13 /16(Wikimedia Commons)
Indicadores | Pontuação | Posição no ranking |
---|
Geral | 53,1 | 12º |
Infraestrutura | 29 | 24º |
Sustentabilidade Social | 73,5 | 8º |
Segurança Pública | 65,3 | 15º |
Educação | 75 | 8º |
Solidez Fiscal | 46,8 | 16º |
Eficiência da Máquina Pública | 66,6 | 14º |
Capital Humano | 36,5 | 17º |
Sustentabilidade Ambiental | 67,6 | 7º |
Potencial de Mercado | 42,8 | 11º |
Inovação | 11,8 | 16º |
- 14. 13. Pernambuco
14 /16(WikimediaCommons/Américo Nunes/Wikimedia Commons)
Indicadores | Pontuação | Posição no ranking |
---|
Geral | 50,3 | 13º |
Infraestrutura | 56,2 | 8º |
Sustentabilidade Social | 42,1 | 15º |
Segurança Pública | 53,8 | 21º |
Educação | 55,4 | 12º |
Solidez Fiscal | 58,4 | 14º |
Eficiência da Máquina Pública | 87 | 10º |
Capital Humano | 42,1 | 15º |
Sustentabilidade Ambiental | 45,6 | 16º |
Potencial de Mercado | 31 | 16º |
Inovação | 20,9 | 11º |
- 15. Os 14 estados abaixo da média
15 /16(Divulgação/Governo do Estado do Ceará)
Posição geral | Estado | Pontuação |
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14º | Ceará | 48,1 |
15º | Paraíba | 47,8 |
16º | Amapá | 45,5 |
17º | Amazonas | 45 |
18º | Rio Grande do Norte | 44,5 |
19º | Tocantins | 42,5 |
20º | Bahia | 42,3 |
21º | Pará | 38,7 |
22º | Rondônia | 37,9 |
23º | Maranhão | 34,3 |
24º | Piauí | 34,1 |
25º | Acre | 32 |
26º | Sergipe | 28,5 |
27º | Alagoas | 15,9 |
- 16. Veja também:
16 /16(Scott Olson/Getty Images)