Investimento dispara no mundo e cai 11,5% no Brasil
O fluxo de investimento externo direto subiu 38% no mundo mas caiu 11,5% por aqui, levando o país da 4ª para a 8ª posição no ranking global, informa a Unctad
João Pedro Caleiro
Publicado em 22 de junho de 2016 às 14h05.
São Paulo - O investimento estrangeiro no Brasil foi de US$ 73 bilhões em 2014 para US$ 64,6 bilhões em 2015, uma queda de 11,5%.
Isso aconteceu apesar do fluxo mundial ter sido o maior desde a crise de 2008, com alta de 38% sobre o ano anterior.
Os números foram divulgados ontem no World Investment Report 2016 da Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento (Unctad).
Com isso, o Brasil caiu da 4ª para a 8ª posição mundial entre os países que mais recebem investimento de fora, lista liderada por Estados Unidos, Hong Kong, China, Irlanda e Holanda.
Outros relatórios trazem dados diferentes porque usam outros critérios. Para o Banco Central , a queda no investimento produtivo no ano passado foi de 22%.
De acordo com o fDi Intelligence, publicação do Financial Times, o Brasil conseguiu manter seu nível de investimento estrangeiro direto em novos projetos em 2015.
Setores
No setor automotivo, os números da Unctad para o Brasil resistiram mesmo com produção e vendas em queda porque projetos antigos tomaram forma.
Já os lucros reinvestidos desabaram 33% enquanto a compra de ações teve alta de 4%.
A desvalorização forte do real tornou vários ativos relativamente baratos para o investidor estrangeiro; um exemplo destacado pela Unctad é a a compra de US$ 2,4 bilhões em ações da Souza Cruz pela British America Tobacco.
Já a liberalização de capital estrangeiro na saúde fez o investimento estrangeiro na área saltar de US$ 16 milhões para US$ 1,3 bilhão.
Esse tipo de abertura é tendência mundial: 85% das medidas no ano foram favoráveis para investidores, mas 80% dos países continuam impedindo que estrangeiros tenham participação majoritária em pelo menos um setor.
Regiões
O investimento estrangeiro direto subiu 9% nos emergentes, com alta na Ásia (de US$ 468 bilhões para US$ 541 bilhões) e pequenas quedas na África (de US$ 58 bilhões para US$ 54 bilhões) e América Latina (de US$ 170 bilhões para US$ 168 bilhões).
Nos países desenvolvidos, a alta foi de 84% e o fluxo chegou a US$ 962 bilhões.
Nos Estados Unidos, o valor quase quadruplicou: de US$ 107 bilhões para US$ 380 bilhões.
Em um ano, a participação dos desenvolvidos no fluxo total pulou 11 pontos percentuais (de 44% para 55%) e se tornou majoritária.
No entanto, uma boa parte dessa alta foi gerada por fusões e aquisições e estratégias em que empresas multinacionais tranferem sua sede fiscal de um país para outro (muitas vezes um paraíso fiscal) para pagar menos impostos.
A Irlanda, destino conhecido para operações do tipo, viu seus recursos recebidos triplicados de US$ 31 bilhões para US$ 101 bilhões. Hong Kong também teve alta forte pelo mesmo motivo.
Se não fosse por esse tipo de operação, o fluxo global teria subido mais modestos 15%.
A previsão da Unctad para esse ano é de queda de 10% a 15% no fluxo global de investimento direto por causa de motivos como demanda fraca, queda do preço das commodities e maior controle das transferências corporativas de sede fiscal.
São Paulo - O investimento estrangeiro no Brasil foi de US$ 73 bilhões em 2014 para US$ 64,6 bilhões em 2015, uma queda de 11,5%.
Isso aconteceu apesar do fluxo mundial ter sido o maior desde a crise de 2008, com alta de 38% sobre o ano anterior.
Os números foram divulgados ontem no World Investment Report 2016 da Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento (Unctad).
Com isso, o Brasil caiu da 4ª para a 8ª posição mundial entre os países que mais recebem investimento de fora, lista liderada por Estados Unidos, Hong Kong, China, Irlanda e Holanda.
Outros relatórios trazem dados diferentes porque usam outros critérios. Para o Banco Central , a queda no investimento produtivo no ano passado foi de 22%.
De acordo com o fDi Intelligence, publicação do Financial Times, o Brasil conseguiu manter seu nível de investimento estrangeiro direto em novos projetos em 2015.
Setores
No setor automotivo, os números da Unctad para o Brasil resistiram mesmo com produção e vendas em queda porque projetos antigos tomaram forma.
Já os lucros reinvestidos desabaram 33% enquanto a compra de ações teve alta de 4%.
A desvalorização forte do real tornou vários ativos relativamente baratos para o investidor estrangeiro; um exemplo destacado pela Unctad é a a compra de US$ 2,4 bilhões em ações da Souza Cruz pela British America Tobacco.
Já a liberalização de capital estrangeiro na saúde fez o investimento estrangeiro na área saltar de US$ 16 milhões para US$ 1,3 bilhão.
Esse tipo de abertura é tendência mundial: 85% das medidas no ano foram favoráveis para investidores, mas 80% dos países continuam impedindo que estrangeiros tenham participação majoritária em pelo menos um setor.
Regiões
O investimento estrangeiro direto subiu 9% nos emergentes, com alta na Ásia (de US$ 468 bilhões para US$ 541 bilhões) e pequenas quedas na África (de US$ 58 bilhões para US$ 54 bilhões) e América Latina (de US$ 170 bilhões para US$ 168 bilhões).
Nos países desenvolvidos, a alta foi de 84% e o fluxo chegou a US$ 962 bilhões.
Nos Estados Unidos, o valor quase quadruplicou: de US$ 107 bilhões para US$ 380 bilhões.
Em um ano, a participação dos desenvolvidos no fluxo total pulou 11 pontos percentuais (de 44% para 55%) e se tornou majoritária.
No entanto, uma boa parte dessa alta foi gerada por fusões e aquisições e estratégias em que empresas multinacionais tranferem sua sede fiscal de um país para outro (muitas vezes um paraíso fiscal) para pagar menos impostos.
A Irlanda, destino conhecido para operações do tipo, viu seus recursos recebidos triplicados de US$ 31 bilhões para US$ 101 bilhões. Hong Kong também teve alta forte pelo mesmo motivo.
Se não fosse por esse tipo de operação, o fluxo global teria subido mais modestos 15%.
A previsão da Unctad para esse ano é de queda de 10% a 15% no fluxo global de investimento direto por causa de motivos como demanda fraca, queda do preço das commodities e maior controle das transferências corporativas de sede fiscal.