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Bolsonaro estima queda de 3% em exportações brasileiras com coronavírus

Bolsonaro afirmou que a economia terá "em parte algum problema", mas que a questão é debatida pelo governo

Bolsonaro: presidente afirma que coronavírus impacta exportações brasileiras (Alan Santos/PR/Flickr)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 31 de janeiro de 2020 às 21h19.

Brasília - O presidente Jair Bolsonaro estimou nesta sexta-feira, 31, após se reunir com ministros no Palácio da Alvorada, que as exportações brasileiros sofram um impacto negativo de 3% por causa da epidemia de coronavírus na China . O presidente reforçou que a economia terá "em parte algum problema", mas que a questão é debatida pelo governo.

"Nossas exportações, no momento, pode ser que afetarão 3%. Isso pesa para nós. Afinal de contas, a China é o nosso maior mercado exportador (importador)", declarou. O presidente exemplificou dizendo que a China já perdeu "1% de seu crescimento".

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"Tenho conversado com o Paulo Guedes (ministro da Economia), conversado com o Roberto Campo (Neto, presidente do Banco Central). Hoje de manhã conversei com o Roberto Campos sobre a questão econômica. Está todo mundo envolvido e preocupado em dar uma pronta resposta para a população. Se tivermos algum problema, a gente vai anunciar o problema. Nada será escondido", disse.

"Até agora, não afeta"

O governo está monitorando os efeitos do coronavírus na economia brasileira, mas, até agora, não houve prejuízo aos exportadores, afirmou o secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, Marcos Troyjo. Em evento no Rio, ele disse ainda que o cenário global é desafiador, além das questões da saúde, uma vez que o mundo ainda vive os efeitos da guerra comercial entre Estados Unidos e China.

"Há muita incerteza de ajuste estrutural nas relações comerciais entre os Estados Unidos e a China", comentou Troyjo. "Em alguns momentos, a incerteza externa é uma oportunidade para o Brasil, como é o caso da soja", acrescentou.

Troyjo acredita que vai haver um deslocamento mundial da demanda agrícola, com vantagens competitivas para o Brasil. "A determinação é continuar a integração. Queremos incrementar o comércio com a China e Estados Unidos. No governo Lula, o intercâmbio ficou aquém do potencial. Estamos em busca do tempo perdido", destacou.

O efeito colateral do ajuste entre os Estados Unidos e a China é que os investidores desaceleram projetos enquanto aguardam a estabilidade mundial.

Segundo o secretário, existe atualmente no mundo um "gigantesco" estoque de poupança e, ao mesmo tempo, raras oportunidades de investimento que seja viável e lucrativo. "Podemos desobstruir o túnel que conecta a liquidez à necessidade de infraestrutura no Brasil", acrescentou.

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