Economia

Blairo Maggi vê debate acirrado para liberar importação de café

Indústrias de café torrado, moído e solúvel têm enfrentado dificuldade para adquirir café após uma forte seca prejudicar a safra no Espírito Santo

Café: governo tem tido resistência por parte dos produtores de café do país para autorizar a importação do produto (Leandro Moraes/Divulgação)

Café: governo tem tido resistência por parte dos produtores de café do país para autorizar a importação do produto (Leandro Moraes/Divulgação)

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Reuters

Publicado em 2 de fevereiro de 2017 às 10h43.

Brasília - O Ministério da Agricultura irá recomendar ao governo federal a liberação temporária de importação de café para abastecer torrefadoras que enfrentam uma crise de abastecimento, mas não garante que a medida será aprovada, por receber forte oposição de parlamentares ligados aos cafeicultores, disse o ministro Blairo Maggi à Reuters.

"Tecnicamente estamos bem embasados e eu estou convencido que isso (importação) deverá ser feito. Mas é um tema muito delicado para o Brasil. Raríssimas vezes o Brasil importou café e tem uma resistência muito forte por parte dos produtores, especialmente os do Espírito Santo, e os políticos do Espírito Santo estão mobilizados", disse Blairo. "É uma briga grande!"

Indústrias de café torrado, moído e solúvel têm enfrentado dificuldade nos últimos meses para adquirir café, principalmente da variedade robusta, após uma forte seca prejudicar a safra capixaba.

O Ministério da Agricultura fez recentemente um levantamento do atual estoque privado de café robusta.

"Os números que nós levantamos são números que recomendam uma importação para a manutenção da indústria brasileira, especialmente a de exportação", afirmou o ministro.

Contudo, ele relatou que foi chamado para discutir o assunto com o presidente Michel Temer, que pediu "muita calma".

"É uma decisão que, no momento que se tomar, ela vai criar arestas políticas", afirmou Blairo.

O ministro disse que a decisão será tomada no âmbito da Câmara de Comércio Exterior (Camex), envolvendo Casal Civil, ministérios da Fazenda, Relações Exteriores e Indústria e Comércio Exterior, além do próprio ministério da Agricultura.

"A decisão que sairia de lá eu não tenho como precisar", admitiu Blairo.

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