Economia

BC quer dólar entre R$ 2 e R$ 2,10, avalia ex-diretor

Para Carlos Thadeu de Freitas instituição não vai deixar a moeda disparar

Segundo o chefe do departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, o resultado de novembro será impactado pelo processo de depreciação cambial (Divulgação/Banco Central)

Segundo o chefe do departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, o resultado de novembro será impactado pelo processo de depreciação cambial (Divulgação/Banco Central)

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Da Redação

Publicado em 13 de novembro de 2012 às 20h45.

Brasília - A sinalização do Banco Central (BC) de que pode fazer uma nova intervenção no mercado de câmbio, desta vez para segurar a alta do dólar, é mais uma demonstração de que a instituição quer manter a cotação da moeda em uma faixa entre R$ 2 e R$ 2,10. A avaliação é do ex-diretor do BC, Carlos Thadeu de Freitas. Para ele, a instituição dá um sinal de que está atenta e não vai deixar o dólar, que fechou nesta terça-feira em R$ 2,0740, disparar.

Uma fonte da autoridade monetária afirmou que, com a dinâmica atual do mercado, o BC não vai rolar os dois vencimentos de swap cambial reverso, de 3 de dezembro (US$ 3,140 bilhões) e de 2 de janeiro de 2013 (US$ 1,875 bilhão). Além disso, o BC não descarta a possibilidade de antecipar a não rolagem destes vencimentos. Isso é feito trocando este swap reverso por um swap normal, por meio de um leilão antecipado.

"O BC está correto em não fazer o swap reverso. É bom sinal. Mostra que ele está atento para que o dólar não dispare e suba muito", disse Freitas, embora acrescentando que a tendência do dólar, agora, é subir. Ele destacou que desde a semana passada a moeda norte-americana está pressionado, movimento que se acentuou nesta terça-feira, por causa do cenário internacional. Com a possibilidade de antecipação da não rolagem dos contratos de swap cambial reverso que vencem em dezembro e janeiro, será a primeira vez desde junho passado que o BC vai intervir no mercado de câmbio para evitar uma alta de dólar.

Nos últimos meses, o BC vinha agindo para evitar a queda da moeda norte-americana, realizando leilões de swap reverso. Desde 29 de junho deste ano, o BC não faz um leilão de swap normal. O swap cambial reverso é uma operação que equivale à compra de dólar no mercado futuro. O swap normal equivale à venda. O aviso do BC ocorre num dia de alta do dólar no exterior e no Brasil o que aumentou a expectativa de que a autoridade monetária poderia atuar no mercado nos próximos dias vendendo dólar no mercado à vista.

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