Exame Logo

BC prevê inflação acima de 5% até 2015

O diretor de política econômica do BC, Carlos Hamilton Araújo, admitiu que as estimativas da instituição estão longe de convergir para a meta oficial de 4,5%.

Sede do Banco Central:  cálculos indicam que primeiro ano do próximo governo também estará comprometido pela inflação (Ueslei Marcelino/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 21 de dezembro de 2013 às 09h18.

Brasília - A presidente Dilma Rousseff não vai conseguir romper, no último ano de mandato, a marca de baixo crescimento e inflação acima da meta. Pelos cálculos do Banco Central apresentados nesta sexta-feira no Relatório Trimestral de Inflação, o primeiro ano do próximo governo também estará comprometido pela inflação.

O diretor de política econômica do BC, Carlos Hamilton Araújo, admitiu que as estimativas da instituição estão longe de convergir para a meta oficial de 4,5%. Mesmo assim, ele disse que a equipe atua nesse sentido e avaliou que o trabalho de combate à inflação em 2013 pode ser considerado "bom".

Mais de uma dúzia de vezes o diretor enfatizou que o BC está "de olho" na inflação, um sinal mais forte de preocupação com a tendência dos preços do que o apresentado recentemente em documentos do banco. Começaram a aumentar as dúvidas no mercado de que a próxima ação do Comitê de Política Monetária (Copom), em janeiro, será de uma elevação de 0,25 ponto porcentual da taxa básica de juros, a Selic, para 10,25% ao ano. Muitos especialistas já falam numa alta da taxa para 10,5%.

Hamilton afirmou que o monitoramento da inflação é uma atividade cotidiana do BC. "Ela é recorrente. Faz parte de nossa atividade cotidiana nos preocupar com a inflação, mas é bom lembrar. O recorrente às vezes cai na rotina e é esquecido", afirmou. Para cumprir a tarefa, o BC atualizou nesta sexta suas projeções. A inflação fechará 2013 em 5,8%, o ano que vem em 5,6% e 2015 em 5,3% ou 5,4%, dependendo de variáveis usadas, como câmbio e taxa de juros.

Crescimento. Já para o crescimento do produto interno bruto (PIB) em 2013, o BC revisou sua estimativa mais uma vez para baixo. A primeira avaliação, de expansão de 3,1% este ano, foi substituída por 2,7%, depois por 2,5% e agora está em 2,3%. Essa também é a taxa prevista para o período de 12 meses encerrados em setembro de 2014, às vésperas da eleição.

PIB baixo. Se a taxa de 2,3% for confirmada no fim do ano, será o PIB mais baixo em um ano eleitoral desde 1998. No ano da reeleição de Fernando Henrique, o crescimento do Brasil foi de 0,04%. Desde então, a maior variação (7,5%) vista em um ano eleitoral foi em 2010, quando Dilma chegou ao Planalto.

Hamilton atribuiu boa parte da alta da inflação ao aumento do dólar, visto desde o ano passado. Para ele, o impacto tende a ser cada vez menor sobre a inflação, ao mesmo tempo em que a alta de juros, promovida pelo BC desde abril, ganha mais força no controle dos preços. "Vamos continuar permanentemente de olho na inflação e vamos continuar trabalhando para fazer com que a inflação no centro da meta ocorra o mais rapidamente possível."

Para o diretor, essa atuação constante de política monetária é uma prova de que o BC tem sido vigilante com a inflação e, portanto, não estaria "jogando com a sorte", como acusaram alguns críticos. Hamilton afirmou também que a inflação está recuando a uma velocidade baixa, mas disse que esse quadro pode melhorar nos próximos meses. "Seria melhor que fosse mais rápido", admitiu.

Para o curto prazo, Hamilton prevê um impacto de alta sobre os preços no Brasil por causa da mudança de atuação do Federal Reserve, o BC dos Estados Unidos. Com a redução da compra de títulos pelo Fed, a expectativa é que o dólar possa se valorizar um pouco mais - pelo menos, em um primeiro momento. "Isso, em termos de inflação, pode ter impacto aqui? Certamente", previu, lembrando que a projeção para a cotação de câmbio em 2014 é de R$ 2,40.

Veja também

Brasília - A presidente Dilma Rousseff não vai conseguir romper, no último ano de mandato, a marca de baixo crescimento e inflação acima da meta. Pelos cálculos do Banco Central apresentados nesta sexta-feira no Relatório Trimestral de Inflação, o primeiro ano do próximo governo também estará comprometido pela inflação.

O diretor de política econômica do BC, Carlos Hamilton Araújo, admitiu que as estimativas da instituição estão longe de convergir para a meta oficial de 4,5%. Mesmo assim, ele disse que a equipe atua nesse sentido e avaliou que o trabalho de combate à inflação em 2013 pode ser considerado "bom".

Mais de uma dúzia de vezes o diretor enfatizou que o BC está "de olho" na inflação, um sinal mais forte de preocupação com a tendência dos preços do que o apresentado recentemente em documentos do banco. Começaram a aumentar as dúvidas no mercado de que a próxima ação do Comitê de Política Monetária (Copom), em janeiro, será de uma elevação de 0,25 ponto porcentual da taxa básica de juros, a Selic, para 10,25% ao ano. Muitos especialistas já falam numa alta da taxa para 10,5%.

Hamilton afirmou que o monitoramento da inflação é uma atividade cotidiana do BC. "Ela é recorrente. Faz parte de nossa atividade cotidiana nos preocupar com a inflação, mas é bom lembrar. O recorrente às vezes cai na rotina e é esquecido", afirmou. Para cumprir a tarefa, o BC atualizou nesta sexta suas projeções. A inflação fechará 2013 em 5,8%, o ano que vem em 5,6% e 2015 em 5,3% ou 5,4%, dependendo de variáveis usadas, como câmbio e taxa de juros.

Crescimento. Já para o crescimento do produto interno bruto (PIB) em 2013, o BC revisou sua estimativa mais uma vez para baixo. A primeira avaliação, de expansão de 3,1% este ano, foi substituída por 2,7%, depois por 2,5% e agora está em 2,3%. Essa também é a taxa prevista para o período de 12 meses encerrados em setembro de 2014, às vésperas da eleição.

PIB baixo. Se a taxa de 2,3% for confirmada no fim do ano, será o PIB mais baixo em um ano eleitoral desde 1998. No ano da reeleição de Fernando Henrique, o crescimento do Brasil foi de 0,04%. Desde então, a maior variação (7,5%) vista em um ano eleitoral foi em 2010, quando Dilma chegou ao Planalto.

Hamilton atribuiu boa parte da alta da inflação ao aumento do dólar, visto desde o ano passado. Para ele, o impacto tende a ser cada vez menor sobre a inflação, ao mesmo tempo em que a alta de juros, promovida pelo BC desde abril, ganha mais força no controle dos preços. "Vamos continuar permanentemente de olho na inflação e vamos continuar trabalhando para fazer com que a inflação no centro da meta ocorra o mais rapidamente possível."

Para o diretor, essa atuação constante de política monetária é uma prova de que o BC tem sido vigilante com a inflação e, portanto, não estaria "jogando com a sorte", como acusaram alguns críticos. Hamilton afirmou também que a inflação está recuando a uma velocidade baixa, mas disse que esse quadro pode melhorar nos próximos meses. "Seria melhor que fosse mais rápido", admitiu.

Para o curto prazo, Hamilton prevê um impacto de alta sobre os preços no Brasil por causa da mudança de atuação do Federal Reserve, o BC dos Estados Unidos. Com a redução da compra de títulos pelo Fed, a expectativa é que o dólar possa se valorizar um pouco mais - pelo menos, em um primeiro momento. "Isso, em termos de inflação, pode ter impacto aqui? Certamente", previu, lembrando que a projeção para a cotação de câmbio em 2014 é de R$ 2,40.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCopomInflaçãoJurosMercado financeiro

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Economia

Mais na Exame