BC piora projeção ao mercado de crédito e vê estabilidade em 2017
Em sua revisão de estimativas, o BC passou a ver uma contração de 0,5% para o crédito direcionado em 2017, ante cálculo feito em junho de uma alta de 1%
Reuters
Publicado em 27 de setembro de 2017 às 13h15.
Última atualização em 27 de setembro de 2017 às 13h18.
Brasília - O Banco Central piorou sua projeção para o mercado de crédito no país em 2017 e passou a ver estabilidade do estoque, contra expectativa anterior de expansão de 1 por cento, diante da fraqueza estimada para o crédito direcionado no ano.
Divulgada pela autoridade monetária nesta quarta-feira, a estimativa vem a reboque da diminuição do papel do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na concessão de crédito no país.
Em sua revisão de estimativas, o BC passou a ver uma contração de 0,5 por cento para o crédito direcionado em 2017, ante cálculo feito em junho de uma alta de 1 por cento.
Para o crédito livre, em que as taxas de juros são livremente definidas pelas instituições financeiras, o BC melhorou sua expectativa a um crescimento de 0,5 por cento neste ano, ante estabilidade anteriormente.
Nesta quarta-feira, o BC divulgou que o estoque total de crédito no Brasil caiu 0,1 por cento em agosto sobre julho, a 3,047 trilhões de reais, refletindo a persistente debilidade no volume de financiamentos no país a despeito de condições mais baratas para a tomada de empréstimos.
Com o resultado de agosto, o estoque geral de crédito passou a responder por 47,1 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), contra 50,4 por cento em igual mês do ano passado.
No acumulado dos oito primeiros meses do ano, a retração do estoque chegou a 1,9 por cento, recuando 2,2 por cento em 12 meses.
De janeiro a agosto, tanto o estoque de crédito livre quanto o de crédito direcionado caíram 1,9 por cento.
Considerando somente o crédito concedido a empresas pelo BNDES, o recuo no acumulado do ano foi de 7,7 por cento.
Mais cedo neste mês, o BNDES divulgou que liberou cerca de 45 bilhões de reais nos primeiros oito meses de 2017, uma queda de 19 por cento ante mesma etapa do ano passado.